sexta-feira, 26 de junho de 2009

Um pouco sobre a Coreia do Sul


Três coisas fizeram a Coreia do Sul ficar conhecida no Brasil:

1) Olimpíada de Seul em 1988,

2) Copa do Mundo de 2002 e

3) Bomba atômica da Coreia do Norte.

Os dois primeiros são exemplos do grande desenvolvimento atingido pelo país. O terceiro fator é um exemplo da grande tensão historicamente sofrida pelo povo coreano.

Assim mesmo pouca gente sabe que algumas marcas conhecidas dos brasileiros não são japonesas como muitos pensam, mas sim Sul-Coreanas. São elas: Samsung, LG, Hyundai, KIA, Daewoo, entre outras. Quem nunca andou na famosa KIA BESTA? Pois é, carro coreano.

Apesar do sucesso atual, a vida nunca foi muito fácil para o pessoal aqui da península. A Coreia existe há 5 mil anos e é uma das civilizações mais antigas no mundo. Seu pequeno território sempre foi alvo de invasões, conflitos e interesses dos seus vizinhos belicosos como Japão, China e Rússia. A última invasão foi feita pelos japoneses, que anexaram a Coreia como uma colônia de 1910 até 1945. Foi um período de sofrimento e exploração.

Logo após a rendição japonesa na segunda guerra mundial a Coreia recuperou sua independência. Entretanto a paz não durou muito. Tivemos a Guerra da Coreia (1950-1953) motivada pelos interesses da guerra fria (Russia e Estados Unidos). Daí a divisão atual do território coreano em Norte (regime comunista) e Sul (capitalista).

Essa divisão não foi nada justa. O pessoal do Norte ficou com a maior parte do parque industrial e das reservas naturais da região (minérios, recursos hídricos, etc). A única vantagem dos sulistas foi uma grande quantidade de recursos humanos, originalmente dedicados a agricultura e com pouquíssima educação.

Alguns fatos interessantes: 78% dos coreanos eram analfabetos após o fim do regime japonês. Após a Guerra da Coreia (anos 50), a renda per capita era de apenas 85 dólares. A maioria da população sofria com falta de alimentos, medicamentos e saneamento básico. Caos, letargia e frustração. O país dependia totalmente de ajuda externa e cooperação.

A recuperação iniciou com um plano de industrialização lançado em 1962. Resultados só apareceram no início da década de 70 dentro das grandes cidades. Na zona rural em 1971, 80% das comunidades ainda viviam sem energia elétrica.

Para piorar, a industrialização produziu um enorme êxodo do campo para a cidade, tornando o interior ainda mais deteriorado socialmente.

Bom, já sabemos que o sucesso coreano deu-se pela forte industrialização e grandes investimentos em tecnologias de ponta. Hoje o pessoal usufrui de uma renda per capita superior a 26 mil dólares. Bem melhor do que os míseros 85 dólares há 50 anos...

Mas como a Coreia resolveu o problema das zonas rurais?

A partir do programa Saemaeul Undong, ou “Novo Movimento Comunitário”.

Nos próximos posts vou comentar mais sobre este exemplo de desenvolvimento para zonas rurais. Acho que este programa tem muitos pontos comuns com os desafios do Vale do Caí e quem sabe tiramos algumas lições de valor. Aliás, muito do que os coreanos fizeram já foi realizado em Tupandi.

Para os curiosos, existe um excelente filme em inglês na internet para ser apreciado. Eis o link: http://saemaul.net/down/v-eng.asf

Até a próxima!

Um comentário:

  1. Fiquei muito feliz em ver o teu post estampado no nosso blog. Aliás, ele está muito bom. Tanto pelo conteúdo como pelo modo claro e correto como tu consegues expressar as tuas idéias. Já sei o que tu andou fazendo nestas semanas de afastamento: estudou português.
    Vi também as fotos tuas dos produtos cítricos de Jeju. O que se vê nas fotos é um verdadeiro show de valor adicionado. Acredito que tu poderias fazer vários posts para o nosso blog mostrando isto; o que os coraanos fazem para ganhar muito mais dinheiro com as suas bergamotas.
    Teus blogs poderiam ser ilustrados por estas fotos e seriam extremamente úteis para os nossos citricultores. Dá para ver por aí que temos muito a aprender com os coreanos.
    O filme sobre a visita do prefeito Kassab nos inspirou a idéia de fazer algo semelhante com o Arroio Coitinho, na cidade de São Sebastião do Caí. Ele corre do Loteamento Popular até as imediações do centro da cidade sem cachoeiras. Portanto, no plano. Seria maravilhoso transformá-lo num parque longitudinal, tendo uma ciclovia correndo ao lado das suas margens. Os moradores do loteamento poderiam ir de bicicleta das suas casas até o centro sem enfrentar nenhuma lomba, nem o perigo do trânsito. E cercado de natureza ao longo de todo o trajeto. Os ciclistas terão, inclusive, muita sombra para amenizar a sua jornada para o trabalho. Já passei a idéia para o Alzir (secretário do desenvolvimento) e ele gostou muito. Ele mora no loteamento Nova Rio Branco e, portanto, compreende quanto esta obra seria importante para aquela população. Aliás, nesta semana morreu atropelada uma jovem mulher que, de bicicleta, tentava atravessar a RS-122 para levar o filho para a escola no Loteamento Popular. Uma moto a pegou quando ela tentava atravessar a RS-122. O motoqueiro também morreu.
    Fico feliz, enfim, pelo fato de tu te propores a colaborar com o blog que tivestes a iniciativa de criar. Assim eu posso descansar um pouco. Ou, quem sabe, me animar a produzir ainda mais.

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