quarta-feira, 26 de agosto de 2009

62 - O segredo de Tupandi

Nem petróleo, nem microchips. O que enriqueceu Tupandi foi a produção de frangos

Como foi que Tupandi, em apens 20 anos, conseguiu sair das últimas posições no ranking dos municípios mais desenvolvidos do estado e chegar entre os primeiros?
A resposta é aviários e pocilgas. Ou melhor, muitos aviários e pocilgas.
Tupandi é um município pequeno. Sua população é de 3.500 habitantes e conta com apenas 493 propriedades rurais. Mesmo assim, conta com mais de 400 aviários e pocilgas instalados em mais de 200 propriedades. E, conforme Hilário Junges, Tupandi poderia ter o dobro desta quantidade. Para isto, teria de abrir novas estradas e novas redes de energia e água, para poder utilizar partes do seu território que ainda estão inaproveitadas. Para ter mais pocilgas seria necessária a instalação de biodigestores. O que evitaria os problemas de poluição. Ambas as providências são perfeitamente viáveis. Os biodigestores são rentáveis, pois produzem adubo e geram energia elétrica ou gás automotivo.
Se só no pequeno município de Tupandi é possível ter tantos aviários e pocilgas, imagine-se o quantos aviários poderiam existir no Vale do Caí? Um levantamento feito, levando em conta as características de cada município estimou o potencial da região em, no mínimo 10.000 aviários e pocilgas.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

61 - Mais 5 mil empresas para a região

Uma granja bem instalada dá mais retorno em renda e impostos que a maioria das pequenas indústrias

Nos 20 municípios que integram o Vale do Caí existem 15.000 propriedades rurais. Se metade delas forem utilizadas para a implantação de aviários e pocilgas, serão 7.500 unidades produtivas de alta tecnologia e produtividade. A rentabilidade de um aviário moderno é equivalente à de uma indústria de porte médio. E o retorno de imposto que um aviário proporciona para a prefeitura é bem superior ao que é proporcionado por uma indústria média.
Portanto, se toda a região do Vale do Caí, com o pleno funcionamento do cluster, chegar a dispor de, pelo menos, 5.000 novas propriedades com produção integrada de aves ou suínos, será como se 5.000 novas indústrias viessem se instalar na região. Com a grande vantagem de que, ao contrário do que acontece com a indústria, os aviários e pocilgas não exigem muita mão de obra. A população dos municípios não precisará aumentar para que estas 5.000 empresas rurais funcionem. Por isto, tal como aconteceu em Tupandi, os demais municípios da região também poderão aumentar a sua renda per capita. Todos eles poderão ter renda per capita equivalente à dos países de primeiro mundo.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

60 - Água é alimento

Uma grande engarrafadora de água mineral está sendo instalada em São José do Hortêncio (clique sobre a foto para ver melhor)

A Mineradora Arroio Bonito, que está se instalando na localidade do mesmo nome, em São José do Hortêncio, poderá exportar o seu produto: água mineral com a marca Água Vita.
Depende, para isto, principalmente da logística. O porto no rio Cai (que ficaria a aproximadamente nove quilômetros das suas instalações) viabilizaria este negócio. Conteiners de água mineral poderiam ser levados para o exterior e envasados nos países onde o produto seria consumido. É usual este tipo de comércio, sendo o transporte da água feito através de containers em forma de tanque (semelhantes aos dos caminhões tanques). O nome em inglês é tank container.
A Mineradora Arroio Bonito se integra ao projeto do Cluster Agroindustrial de Alimentos do Vale do Caí. A água mineral é um alimento exportável. Países com dificuldade de abastecimento do produto importam grandes quantidades de água mineral. Havendo o porto, vale muito a pena a região cuidar da qualidade da sua água para poder transformá-la em produto de exportação. Canalizada, a água do Vale do Caí também poderá ser vendida para o abastecimento da Grande Porto Alegre.
A cidade de Nova York é abastecida de água por uma região próxima com características semelhantes às do Vale do Caí. Os proprietários rurais daquela região norte-americana ganham dinheiro para evitar a poluição da água em suas propriedades. Com isto a água bebida pelos novaiorquinos não precisa de tratamento, gerando grande economia de gastos.

domingo, 23 de agosto de 2009

59 - Linha de montagem

Quando Henry Ford criou a linha de montagem, não imaginava até onde sua idéia poderia chegar

A linha de montagem foi inventada por Henry Ford, em 1913. É considerada uma das maiores inovações tecnológicas da história. Com ela, o tempo de produção, o uso de mão de obra e os custos diminuem, permitindo produzir mais e vender mais (devido aos melhores preços), o que leva ao aumento na escala de produção. Um círculo virtuoso.

Um cluster deve funcionar desta forma. No caso do Cluster do Vale do Caí, a soja e outros ingredientes das rações são produzidos no noroeste do estado, onde existem grandes fazendas, próprias para a produção mecanizada e em grande escala. De lá estes produtos serão levados até o Vale do Caí por trem e/ou navio. No Vale, onde estão as integradoras e milhares de pequenas propriedades rurais ideais para o funcionamento de aviários e pocilgas, seão produzidos os alimentos (carnes de frango, suíno e peixe, além de ovos) e feito o seu beneficiamento nas unidades fabris das integradoras (Doux, Oderich, Naturovos, Agrosul...). Dali a produção seguirá para o porto de Rio Grande em containers transportados por navios. De Rio Grande a produção e será exportada para o mundo em enormes navios porta containers. Se a esteira produtiva funcionar desta maneira - como numa linha de montagem - os custos serão extremamente competitivos.O que possibilitará aos produtos do cluster conquistarem o mundo, vencendo quaquer concorrência e sem medo de crise.

sábado, 22 de agosto de 2009

58 - Consórcio

O sistema de consórcios pode ser uma forma de financiamento adequada para a implantação de aviários

Principalmente no Cai, onde o abatedouro da Agrosul foi ativado neste ano, existem ótimas possibilidades de implantação de novos aviários. Não faltam, é claro, produtores rurais interessados em ter um aviário e a prefeitura de São Sebastião do Caí tem o desejo de incentivar os produtores. Mas há um impedimento. Um aviário custa mais de 100 mil reais e poucos produtores têm disponibilidade de capital ou possibilidade de obter crédito bancário para viabilizar o empreendimento. E faltam recursos, também, para a prefeitura apoiar os produtores nesta hora.
Nesta semana surgiu a idéia de um solução para superar este gargalo: o consórcio.
O mesmo sistema de financiamento que possibilitou a centenas de milhares de pessoas comprar um caminhão pode servir para que os produtores rurais caienses instalem o seu aviário. Com a vantagem de que um aviário em regime de consórcio é um negócio mais seguro do que um caminhão.
A prefeitura do Cai já estabeleceu contato com um representante do consórcio Sinosserra e as possibilidades de aproveitamento da idéia são boas.
Como a Agrosul tem perspectiva de absorver a produção de 70 aviários situados próximo do seu abatedouro caiense, as perspectivas são excelentes.
É possível criar um grupo de consórcio com proprietários rurais caienses interessados em ter um aviário na sua propriedade.
E poderão entrar no negócio, inclusive, empresas que construam os aviários e que vendam equipamentos para eles. Isto possibilitaria a compra conjunta, que reduziria os custos.

57 - O oráculo

"Agora, a riqueza virá do campo"

Investidor genial, Jim Rogers deve seu sucesso à sua capacidade de prever os rumos da economia. E o que ele pensa atualmente é música para os nossos ouvidos. Diz ele:
"Sempre existem oportunidades para ganhar dinheiro. Aposto que muitas pessoas vão conseguir enriquecer nos próximos vinte a trinta anos. Os agricultores, é óbvio, ficarão riquíssimos! É bom lembrar que, mesmo durante a Grande Depressão, houve famílias que construíram fortunas. Por outro lado, repito que não haverá mais oportunidades como as que se podiam encontrar em Wall Street ou na City londrina. Agora, riqueza mesmo virá do campo."

56 - Polo Tecnológico

O núcleo universitário da UCS já desenvolve pesquisas científicas visando aumentar a produtividade e competitividade da produção no Vale do Caí

O Núcleo Universitário da UCS Vale do Caí está se desenvolvendo como Polo Tecnológico. Já estão sendo iniciadas pesquisas nas áreas de cerâmica vermelha, citricultura e floricultura, que são importantes vocações da região.
No futuro o Polo poderá se direcionar, também, para a tecnologia de produção de alimentos, que é a maior vocação do Vale. Juntamente com a escola técnica, que o SENAI está para implantar no Caí, o polo poderá dar extraordinária contribuição para o crescimento da indústria de alimentos na região.
Um exemplo: não seria viável que a Conservas Oderich produzisse uma linha diversificada de salsichas, com diversos temperos e utilizando diversos tipos de carnes (principalmente a de frango)? A universidade poderia pesquisar este assunto - juntamente com a indústria - e oferecer a ela novas opções de produtos. Inclusive uma linha com maior valor adicionado.
A UCS deve ser incentivada a implantar, no seu núcleo regional, um curso de Engenharia de Alimentos.

55 - O frango como matéria prima

Variados pratos pré-prontos, que é só levar ao forno, podem ser oferecidos ao mercado com grande valor agregado

Um quilo de carne bovina custa em torno de R$ 7,00, enquanto que o quilo de carne de frango custa R$ 2,00. E a carne de gado não é tão melhor do que a de frango. Portanto, o frango é um produto etremamente competitivo.
Mas, além de ser um excelente produto final, a carne de frango deve ser encarada - também - como uma matéria extraordinária matéria prima. Com ajuda de pesquisa realizada em universidades, o nosso cluster agroindustrial de alimentos deve desenvolver produtos mais sofisticados feitos à base de carne de frango. Por exemplo: embutidos, salsichas, patês, cortes selecionados e pratos pré-prontos. Produtos variados capases de atender a todas as faixas de mercado: desde as mais simples até as mais sofisticadas. Assim, com valor agregado, o cluster terá muito mais rentabilidade.

54 - Previsão do tempo



Na visão do megainvestidor Jim Rogers, o agronegócio é o setor econômico com melhores perspectivas para o futuro, especialmente no Brasil

O investidor norte-americano James "Jim" Rogers é considerado um verdadeiro gênio dos negócios. Veja a sua previsão para os tempos da era pós-crise:
"A agricultura é a única área da economia mundial cujos fundamentos, até onde eu sei, estão realmente melhorando. Ela deve ser o primeiro setor a crescer quando o mundo sair da crise. É bastante provável que nos próximos anos eu aplique a maior parte de meus recursos em commodities agrícolas. A sorte do Brasil, em particular, é ter um agronegócio bastante expressivo e competitivo e contar com abundância de recursos naturais. Certamente haverá oportunidades no mercado de produtos agrícolas. Por isso, o Brasil está mais bem posicionado que outros países na atual situação da economia mundial. Os frutos virão, desde que, é claro, o governo mantenha a seriedade na política econômica."
Como se vê, as perspectivas futuras para o Cluster Agroindustrial de Alimentos do Vale do Cai são as melhores possíveis. Vale a pena investir nesta idéia.