quinta-feira, 29 de julho de 2010

192 - A última do brasileiro

Um alemão contou esta anedota:
- Vocês acreditam que os brasileiros querem competir conosco, mas não utilizam o transporte hidroviário?
A gargalhada foi geral.


Um americano, que estava na roda, aproveitou a deixa e contou mais uma:
- E nem o ferroviário.

Então, um japonês (com QI bem maior do que o nosso) implorou:
- Parem , parem. Por favor. Eu não aguento mais.

Moral da história: Reconhecer as nossas falhas é o primeiro passo para começarmos a corrigi-las.

Pensando assim, os coreanos (que estavam muito atrás dos japoneses) agora estão reagindo e já começam a incomodar os seus poderosos vizinhos.

Em tempo: No Japão, até crianças pequenas sabem que a melhor opção para o transporte de cargas é o modal hidroviário. Depois vem o ferroviário e, por último, o rodoviário, que é o mais dispendioso e mais danoso ao meio ambiente. E é justamente o preferido por nós, brasileiros.

domingo, 25 de julho de 2010

191 - Recapitulando

A produção de carnes (de aves e suínos) em regime de integração é a principal riqueza da região

Este blog trata de um projeto de desenvolvimento para a região, visando levá-la definitivamente a um estágio próximo ao de países como a Alemanha.
O projeto se inspira no case do município de Tupandi. Um sucesso incomparável, até mesmo a nível mundial, pois esse município conseguiu saltar de uma renda per capita de 700 dólares para 24.000 dólares em pouco mais de 15 anos e fez isso com base na produção pecuária (aves e suínos).
Graça ao vigoroso incentivo do seu governo municipal, Tupandi tem hoje mais de 500 modernos aviários e pocilgas. O que é muito, consiederando-se que a população do município é de apenas 4.000 habitantes. Calcula-se que o retorno de impostos proporcionado por um aviário moderno é equivalente ao que resulta de uma indústria com 100 funcionários. Portanto, se o município baseasse a sua economia nas indústrias, elas precisariam ter 50.000 operários par obter o mesmo resultado. Com isso, a prefeitura dispõe de extraordinários recursos para investir na melhoria das condições de vida da população local (lá todos os jovens têm acesso garantido à universidade) e para continuar investindo no apoio à produção.
Tupandi, que era um dos municípios mais pobres do estado (quando foi criado, em 1989), hoje já goza de uma situação econômica e social plenamente caracterizada como de primeiro mundo. E o município continua investindo fortemente na implantação de aviários, o que faz a sua economia continuar crescendo num ritmo muito superior ao chinês. As propostas do blog Cluster Vale do Caí são no sentido de encaminhar toda a região para os mesmos resultados obtidos por Tupandi e ir ainda mais longe.

190 - Hotelaria também é infraestrutura

A rede de hotéis Accor vai construir grande hotel em Montenegro

O grande desenvolvimento que se observa atualmente em Montenegro chama a atenção dos grandes investidores. Tanto que a rede de hotéis Accor decidiu fazer um grande investimento para construir um moderno hotel na cidade.
Além da Accor, também a rede Intercity também já anunciou a construção de um grande hotel na cidade.
Estas iniciativas são bem vindas, pois o Vale do Caí, assim como precisa de estradas, navegabilidade no seu rio e energia, precisa também de hotéis, pois as empresas da região recebem visita de empresários e técnicos de outras cidades, estados e países e essas pessoas precisam dispor de boas condições de acomodação. Hotelaria também é infraestrutura necessária para o desenvolvimento da região.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

189 - Tarso Genro também aposta no desenvolvimento por regiões

Tarso pretende favorecer a competividade mundial dos produtos gaúchos

Em evento realizado na Federasul, perante um público formado por empresários, os candidatos a governador do estado expuseram seus planos para o governo. Tarso Genro endossou a mesma idéia que José Fogaça e Yeda Crusius já vinham defendendo: a de desenvolver projetos de desenvolvimento específicos para cada região do estado.
Tarso disse que "Vamos instalar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que irá elaborar políticas que proporcionem ao Estado mais competividade e agressividade no mercado mundial e mais capacidade de crescimento".
Projeto coerente com a proposta de desenvolvimento defendida nesse blog. O mesmo modelo que é defendido aqui para a região do Vale do Caí, pode também ser aplicado nas demais regiões. Adaptado, é claro, para as características específicas de cada região.

sábado, 17 de julho de 2010

188 - PróTurismo-Caí

O Caí se prepara para desenvolver o turismo

A Prefeitura Municipal de São Sebastião do Caí, através da sua Secretaria de Desenvolvimento, está empenhada em implementar o turismo como importante fonte de emprego e renda do município.
Uma idéia desse projeto pode ser obtida através do blog PróTurismo-Caí, que se encontra no endereço http://proturismo-cai.blogspot.com/
O município de São Sebastião do Caí já conta com uma importante integradora, a Agrosul, dedicada ao beneficiamento e comercialização de carnes de frango. Dispõe, também, de grande número de produtores rurais que poderiam implantar aviários e pocilgas em suas propriedades. Portanto, o incentivo à produção de frangos e suínos é a melhor possibilidade ao dispor do município para acelerar o seu desenvolvimento. Entretanto, como a sua população urbana no Caí é grande e os aviários não proporcionam muitos empregos, o turismo é uma complementação interessante para o plano estratégico de desenvolvimento municipal.

terça-feira, 13 de julho de 2010

187 - Ferroeste: mito ou realidade

Novo governador do Paraná afasta Samuel Gomes do comando da Ferroeste
Samuel Gomes, administrador da Ferroeste, no Paraná, e criador da projetada Ferrosul, deixou o seu cargo e, por isso, escreveu carta aberta na qual faz o balanço das suas realizações frente à empresa. Ele conduziu a transformação de uma ferrovia privada numa estatal pertencente ao governo do Paraná. Mudança que é apresentada com entusiasmo pelos seus defensores e motivou o sonho de criar a Ferrosul, toda uma malha ferroviária ligando o interior dos estados de Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e países vizinhos aos portos de Paranaguá, Itajaí e Rio Grande. A mudança da Ferroeste ocorreu no governo de Roberto Requião, que renunciou ao cargo em abril desse ano, para concorrer ao senado. Em seu lugar, assumiu o vice-governador Orlando Pessuti, que agora afastou Samuel Gomes da direção da estatal, por considerar que a sua administração foi calamitosa.

Conforme o jornalista Fábio Campanna, "O tamanho do rombo na Ferroeste é do tamanho da soberba do Requião. A frase é de um dos auditores da empresa que prepara a posse da nova diretoria.


Em 2003, eram 15 locomotivas em funcionamento. Em 2006, o governo Requião retomou a ferrovia dos concessionários privados. Hoje, são apenas duas locomotivas em atividade.

O transporte de cargas era de 1,8 milhões de toneladas. Caiu para 600 mil em 2009 – um terço do volume inicial. Em 2009, o prejuízo foi de R$ 7 milhões; nos cinco primeiros meses de 2010, de R$ 5,7 milhões.

Por isso mesmo, a nova direção da Ferroeste vai investigar, com ajuda do Ministério Público, a administração de Samuel Gomes à época de Requião.
A carta não contém apenas números, memórias e agradecimentos. Tem, também, poesia:
"Vejo os Estados da região do Codesul, o Brasil e a América do Sul unidos por ferrovias, hidrovias, rodovias, pontes, aeroportos, vôos regulares. Vejo a integração física como pressuposto necessário para a efetiva integração cultural e política. E no coração deste novo sistema logístico sul-americano, vejo a Ferrosul transportando cargas e passageiros, com sua rede de ferrovias eletrificadas, estações, terminais intermodais, centenas de locomotivas, dezenas de milhares de vagões, funcionários altamente capacitados, felizes, bem remunerados e honrados pelo seu trabalho e pelo seu fardamento, em cujas cores o Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, todo o Brasil e a América do Sul se reconheçam.
Isso tudo eu vejo. E só acredito no que vejo. E só luto pelo que acredito.
E quando, em algum momento, sou acossado pela tentação da descrença, recorro às palavras do gênio alemão Goethe: “Seja qual for o seu sonho, comece. Ousadia possui em si mesma Genialidade, Poder e Magia”. Quando disse isso, Goethe certamente estava pensando na Ferrosul."

186 - Produção de alimentos é a maior oportunidade para o Brasil crescer


O economista Cesar Maia, ex-prefeito do Rio de Janeiro, vê o mundo com visão estratégica. No seu blog, ele destacou trechos de um artigo publicado no jornal Clarin, de Buenos Aires, pelo analista em estratégias e ex-ministro argentino Jorge Castro (foto):

BRASIL: "CRESCIMENTO É ESPELHO DA DEMANDA DA CHINA"! "AGRONEGÓCIO QUADRUPLICA PRODUTIVIDADE"!.

1. O crescimento do Brasil é o espelho da demanda chinesa: mais da metade (56%) do índice de ações Ibovespa é composto por empresas produtoras de commodities, que concentram as suas vendas para o mercado Chinês/Asiático. Somente a Petrobras e a Vale representam mais de 25% do Ibovespa, enquanto a China envolve quase todo o aumento da demanda mundial de petróleo e minério de ferro. No índice Dow Jones (EUA), apenas 15% são ações de empresas exportadoras de produtos primários; no índice Nikkei (Japão), menos de 10%. A equação da inserção internacional do Brasil é a seguinte: crescimento brasileiro/aumento nos preços das commodities no mercado mundial/aumento da demanda chinesa.

2. Há um novo escalão produtivo e tecnológico- salto qualitativo- na produção agro-alimentícia brasileira. A FAO estima que a demanda mundial de alimentos vai duplicar em 20 anos e que o Brasil aumentará sua produção e exportação de alimentos em 40% nos próximos 10 anos. Se essa dupla projeção se confirma, seria a maior mudança no fluxo global de comércio nesse período. Em 2008 o Brasil se tornou o segundo maior exportador de alimentos, depois apenas dos EUA, com base em um esforço de 20 anos de inovação tecnológica nos estados centrais (Mato Grosso, Goiás, Paraná). Mas nos últimos dois anos, o agronegócio foi expandido para o Nordeste (Bahia, Piauí, Maranhão), coração do Cerrado (90 milhões de hectares), a última grande reserva de terras férteis não utilizadas no mundo.

3. Aqui, os principais atores do negócio agrário, são os grandes fundos de investimento, principalmente da Europa e EUA, que utilizam as mais avançadas tecnologias. (transgênicos, máquinas automáticas, sistemas de satélite), em grandes extensões de terra (100.000/300.000 hectares), com técnicos e gerentes de qualificação internacional. A produtividade do agro-negócio brasileiro dobrou nos últimos 20 anos. Agora, em dois anos, o novo agro-negócio brasileiro dobra a produtividade alcançada nas últimas duas décadas. O Brasil, em suma, aprofunda sua capacidade de crescimento potencial em longo prazo e faz isso através de mudanças qualitativas que envolvem aumento do nível de inovação tecnológica e do financiamento. E isso ocorre em um contexto de crescente integração com os países Asiáticos (China), que são a espinha dorsal do novo mecanismo de acumulação global, decorrente da crise global e em resposta a ela.

185 - Viabilidade do porto

Um (ou mais) terminal hidrorodoviário no rio Caí dará grande impulso ao desenvolvimento do estado

Montenegro já é o sexto município com maior volume de exportações do estado. Tendo os frangos cortados em pedaços (produzidos pela Doux) como seu principal produto, esse município do Vale do Caí cresce nas estatísticas ano a ano e está bem perto de superar o quinto colocado (Caxias do Sul ). Se continuar a tendência de crescimento das exportações montenegrinas, isso acontecerá ainda nesse ano.
Não é para menos, portanto, que os diretores das principais empresas de navegação fluvial do estado consideram que o Caí é o rio gaúcho com melhor potencial de aproveitamento para a navegação. Além de Montenegro, o município de Caxias também aproveitaria um terminal portuário instalado em Montenegro (ou São Sebastião do Caí). Somados estes dois municípios (e outros das regiões do Vale do Caí e da Serra Gaúcha: Caí, Bom Princípio, Feliz, Farroupilha, Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Garibaldi) os terminais hidrorodoviários do Vale do Caí poderiam figurar entre os mais movimentados (e economicamente rentáveis) do país.

184 - Desafio

Centenas de milhões de pessoas passam fome hoje e a população ainda cresce nos países pobres

A meta da ONU é dobrar a produção mundial de alimentos nos próximos 40 anos. É o que se precisa para eliminar a fome no planeta, já que a população deverá chegar a 9,1 bilhões de habitantes no ano de 2050.
Para isso, projetos como o do Cluster Agroindustrial de Alimentos do Vale do Caí serão fundamentais. Afinal, o Cluster é uma forma altamente eficiente de produzir e exportar alimentos nobres (carnes) em grande escala.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

183 - A navegação diminui mortes no trânsito

A volta da navegação vai diminuir os caminhões na estrada e as mortes em acidentes

O risco de acidentes nas rodovias brasileiras é muito grande. Eles representam uma das principais causas de morte de pessoas jovens, rivalizando com a criminalidade.
Esse fato representa um forte razão a mais para priorizar o transporte ferroviário e o hidroviário em detrimento do rodoviário. Desenvolver a hidrovia do rio Caí não tem custo nenhum para o governo, se considerarmos que - com ela - diminuirá o fluxo de caminhões na região metropolitana de Porto Alegre e na ponte do Guaíba.
Para a retomada da navegação no Caí, basta reformar uma ponte ferroviária existente perto de Canoas, que é muito baixa e impossibilita a passagem de barcos grandes por baixo dela. Com isso, obras muito mais caras, que precisariam ser feitas no sistema rodoviário da região metropolitana serão dispensadas ou minimizadas.
O custo do seguro (contra roubo e acidente) é muito maior para cargas transportadas em caminhão do que na navegação, aumentando a vantagem do transporte hidroviário.




quinta-feira, 8 de julho de 2010

182 - Montenegro e Pareci Novo terão grandes biodigestores

Dois grandes biodigestores deverão ser implantados na região, já no próximo ano (clique na imagem para ver representação de um biodigestor semelhante aos que estão projetados para a região)

O grande número de pocilgas existentes em alguns municípios da região (especialmente em Tupandi e Harmonia), passou a ser um problema já há alguns anos.
Os porcos produzem muito excremento (líquido e sólido), que não pode ser simplesmente jogado na natureza, pois provoca poluição.
Já há alguns anos, o município de Harmonia apresentou uma proposta de solução para o problema: a construção de um grande biodigestor que receberia os excrementos de dezenas de pocilgas e, fazendo a sua fermentação em ambiente fechado, transformaria as fezes e a urina dos porcos em adubo e gás. Dentro do processo, o gás é queimado e transformado em energia elétrica. Os excrementos, depois de curtidos, seriam usados para, junto com outros resíduos, formar um excelente adubo orgânico.
Biodigestores assim funcionam em várias partes do mundo, especialmente na Alemanha, que conta com consagrada tecnologia neste campo. O projeto de Harmonia não foi adiante. Mas agora as prefeituras de Pareci Novo e Montenegro, juntamente com a UNISC (Universidade de Santa Cruz do Sul).
A secretária municipal de agricultura de Pareci Novo, Neide Schramm, está otimista quanto a rápida concretização do projeto.
Serão construídos dois biodigestores: um em Montenegro e outro no Pareci, num investimento de R$ 1,5 milhão para as duas unidades. Os recursos serão federais, captados no Ministério de Ciência e Tecnologia. Os recursos deverão ser liberados no final do ano e a expectativa é de que os biodigestores estejam funcionando até o final de 2011. As prefeituras deverão administrar as unidades, ao menos de início. Será feita nos mesmos locais a compostagem dos excrementos que saem do biodigestor já fermentados. Misturado com outros resíduos vegetais, como folhas e cascas.
Nesse projeto, que poderá ser fundamental para o desenvolvimento da região, está a mão de Oregino Francisco, prefeito de Pareci Novo e presidente do Consórcio Intermunicipal do Vale do Caí. Oregino está empenhado, também, em outros projetos importantes visando o asfaltamento das estradas do interior e a volta da navegação no rio Caí.

181 - 2.000º visitante

O fato do blog atrair cada vez mais leitores é motivo para comemorar, pois fortalece a causa do desenvolvimento regional

Quem diria que um blog dedicado a um tema tão específico e localizado poderia interessar a tantas pessoas e que isso acontecesse em tão pouco tempo? Em pouco mais de um ano, ele conquista o seu 2.000º visitante.
O assunto do blog Cluster Vale do Caí é bastante técnico e restrito: estratégia de desenvolvimento regional. Além disso é muito específico, pois trata apenas do desenvolvimento de uma região: o Vale do Caí. A qual, por sinal, é muito pequena e pouco populosa.
Mesmo assim, nosso blog já atraiu a atenção de pessoas em 38 países (apesar de ser escrito em português) e de todos os recantos brasileiros.
Isso demonstra a importância das questões aqui abordadas. E, também, o seu caráter universal, pois os mesmos princípios que servem para promover o desenvolvimento do Vale do Caí servem para desenvolver qualquer região do mundo.
É de comemorar-se o fato de que tantos se interessem por esse assunto tão sério.
E também o fato de que o interesse pelo blog esteja crescendo cada vez mais.
Criado em 23 de maio de 2009, o blog conquistou o seu milésimo leitor em 18 de abril de 2010 (quando faltavam 5 dias para completar-se 11 meses da sua criação). Depois disso, apenas dois meses e 21 dias transcorreram até que o blog conquistasse o seu leitor nº 2.000.
A causa do desenvolvimento do Vale do Caí se fortalece com a adesão daqueles que acessam o blog Cluster Vale do Caí e se debruçam sobre as questões nele abordadas.

180 - Porto de Rio Grande quer conexão com a Ferrosul

Rio Grande pretende dobrar a sua movimentação de cargas, chegando a 50 milhões de toneladas em 2015

O superintendente do Porto do Rio Grande (RS), Jayme Ramis, recebeu na manhã desta quarta-feira (07), o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes. Durante o encontro foi dado início às discussões para criação de uma agenda estratégica para tratar da integração do porto rio-grandino com a Ferrosul (Ferrovia da Integração do Sul S/A). Na ocasião, Ramis confirmou o interesse do porto gaúcho em ser parceiro do projeto.
Segundo o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, “com a criação da Ferrosul, assim como o Porto de Paranaguá, o Porto do Rio Grande e os demais portos do Sul passarão a contar com uma ampla rede de infraestrutura ferroviária para o seu desenvolvimento comum”.
A Ferrosul pretende integrar por ferrovia os Estados do Codesul – Conselho de Desenvolvimento e Integração do Sul (PR, SC, RS e MS) aos portos da região Sul através de três mil quilômetros de novas ferrovias, a partir da base da Ferroeste, estatal paranaense que faz a ligação de Guarapuava a Cascavel, no Paraná. As obras estão previstas para iniciarem em 2011.
Na opinião de Gomes, essa será uma grande malha ferroviária que levará desenvolvimento aos estados do Sul e proporcionará competitividade com redução de até 40% no valor do frente em comparação com o modal rodoviário. O presidente da Ferroeste disse ainda que a Ferrosul, que terá ferrovia com bitola mista - larga e métrica - está encarregada de planejar, construir e operar nos quatro estados do Codesul. Também lembrou que a nova ferrovia terá conexão com as ferrovias existentes, rodovias e hidrovias, aumentando assim a importância e protagonismo dos portos do Sul do Brasil no Conesul.
O superintendente do porto gaúcho lembrou que Rio Grande está em pleno crescimento, com implantação e ampliação de terminais portuários, com tendência de passar de uma movimentação média anual de 25 milhões de toneladas para 50 milhões até 2.015. “Para isso, já estamos trabalhando com foco na ampliação da infraestrutura e uma ferrovia como a Ferrosul vem ao encontro de nossos objetivos. Precisamos de alternativas eficientes para escoar nossas cargas e continuar garantindo qualidade e competitividade ao porto rio-grandino que em breve terá um calado de 47 pés, um dos maiores do Conesul”, ressaltou Ramis.
Com a implantação da nova ferrovia, a Ferroeste vai deixar de existir e passará a integrar a Ferrosul. Os estados contemplados pela iniciativa serão integrados como sócios, compartilhando o processo administrativo.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

179 - Capela de Santana tem muito a ganhar com o Cluster

A excelente localização e a proximidade com o rio Caí dão ao município ótimas perspectivas de desenvolvimento (clique na foto para ver melhor)

Capela de Santana fica no Vale do Caí, que é a região do país com maior nível de desenvolvimento humano. Tanto que chegou a merecer uma grande reportagem da revista Veja que chamou a região de Vale da Felicidade.
Mas Capela ainda não está aproveitando tal privilégio. É o município mais pobre da região. Esta, no entanto, não é uma situação irremediável.
Capela conta com uma situação excepcional, pois está localizada muito perto de Porto Alegre, Caxias, Montenegro, Lajeado, São Leopoldo e Novo Hamburgo. Como o restante do Vale do Caí, o município está no meio da região economicamente mais vigorosa do estado.
Além disso, Capela está muito bem servida de estrada de rodagem, pois a RS-240 (que liga Montenegro a São Leopoldo) atravessa o município. E já está encaminhado a construção da rodovia Transaçoriana. Um verdadeiro atalho, que deixará Capela muito próxima de Canoas e Porto Alegre.
Com todas estas vantagens, além da grande disponibilidade de terras e a proximidade com o rio Caí, Capela tem tudo para se desenvolver dentro do projeto do Cluster Agroindustrial de Alimentos do Vale do Caí.

178 - Um grande futuro para Capela de Santana

O rio Caí faz a divisa entre Capela e Montenegro e banha grandes extensões de terras capelenses, inclusive áreas apropriadas para a implantação de indústrias (na foto o Morro da Mariazinha, que fica no município de Capela de Santana, visto do rio)
Outra grande potencial do rio Caí está no turismo. Clique uma vez sobre a foto (e depois clique mais uma vez) para ver a maravilha como é maravilhoso o cenário das áreas de beira rio.

Ao contrário de municípios como o Caí e Portão, que têm as margens de suas rodovias bastante ocupadas, Capela dispõe de grandes áreas disponíveis para a implantação de indústrias. E terá mais ainda, com a contrução da rodovia Transaçoriana.
Além disto, Capela conta com o rio Caí, que ainda não é aproveitado,, mas representa uma grande riqueza para o município. Muitas indústrias poderão se localizar próximas ao rio, aproveitando a facilidade de transporte até o porto de Rio Grande (que se prepara para ser o mais importante do Mercosul).
Quem está muito atento a essas possibilidades é o vereador capelense Libório Flores. Ele acompanha com atenção os estudos do Cluster Agroindustrial de Alimentos do Vale do Caí. Libório vê a criação de aves e suínos, juntamente com a de peixes, como grandes oportunidades para o município. E as possibilidades são ainda maiores se houver a implantação de frigoríficos dedicados ao beneficiamento de carnes de aves, suínos e peixes. Libório imagina, inclusive, que esses frigoríficos devam se instalar junto ao rio, pela vantagem do baixo custo do frete na navegação. Containers contendo carne de frango, suíno ou peixe chegarão ao porto de rio grande com rapidez e custo de frete muito reduzido.
Olhando para o futuro, Libório acredita num grande futuro para o seu município, que tem ainda a vantagem de dispor de muita mão de obra.

domingo, 4 de julho de 2010

177 - Hidrovia já é realidade, em São Paulo

Hidrovia Tietê-Paraná tira 6.800 carretas de circulação (clique sobre a foto para ver melhor)

O Grupo Caramaru, empresa da área de industrialização de grãos, desde a produção da semente, armazenagem e de germinação até a extração e refino de óleos vegetais, transportou 170 mil toneladas de grãos pela hidrovia Tietê-Paraná no mês de março.

Isso significa que 6.800 carretas com capacidade de transporte de 25 toneladas cada deixaram de circular em março e de emitir gases poluentes causadores do aquecimento global, como o dióxido de carbono (CO2).

Um comboio transportador de grãos é 90% menos poluente do que um único caminhão, o que faz da hidrovia a saída mais limpa para escoar a produção agropecuária e industrial.

“Investir em hidrovia é investir na proteção do meio ambiente”, disse o diretor-presidente da Flandres Hydraulics, Freddy Wens, durante o Seminário Internacional sobre Hidrovias Brasil-Bélgica, realizado pela ANTAQ nos dias 28 e 29 de março em Brasília.











176 - Terminal portuário

O terminal portuário, ao contrário de um porto, pode ser uma obra relativamente simples e barata, como a que se vê acima

Um porto é uma grande, e cara, obra de engenharia. No Rio Grande do Sul só existem três portos: os de Rio Grande, Porto Alegre e Pelotas. Obra mais simples é o terminal portuário. Eles podem ser construídos por uma empresa privada, para escoar a sua produção própria. Em cidades como o Caí (porque poderá transportar cargas provenientes da região de Caxias) ou de Montenegro (que já conta com um grande parque industrial) serão necessários terminais de médio porte.

175 - Balsas navegam em rios com pouca profundidade

Empurradores são usados para movimentar balsas desprovidas de motoração própria

Balsas são embarcações de fundo chato, com pequno calado (que pouco afundam na água) destinadas a operar em águas rasas. São utilizadas principalmente no transporte de cargas. Mas também servem para transportar veículos, sendo então chamadas de ferry boat.
A sua utilização seria uma opção para as empresas do Vale do Caí mesmo antes de ser resolvido o problema da ponte ferroviária, nas proximidades de Canoas, que hoje impede a passagem de barcos grandes.
É mais comum chamar estes pequenos barcos de rebocadores, mas esse nome só se justifica quando as balsas ou navios são puxados ao invés de empurrados.
Rebocadores ou empurradores formam comboios e um só rebocador pode movimentar mais de 50 balsas. Cada balsa tem um timoneiro, que a dirige, contornando as curvas do rio e evitando que ela saia do canal.



174 - Empurrador fluvial

O empurrador é uma pequena embarcação destinada a empurrar navios ou balsas

O Vale do Caí perdeu muito da cultura que já teve a respeito de navegação. Precisamos aprender coisas óbvias sobre essa matéria. Para o transporte de cargas, usa-se muito balsas que não são motorizadas. Elas são empurradas por empurradores, como o da foto acima, que opera no porto de Porto Alegre. Tanto as balsas quanto os empurradores são barcos de baixo calado, ou seja, que não afundam muito e podem navegar em águas de baixa profundidade. Veja nas postagens 173 e 170 empurradores movendo navios e balsas.

173 - O super porto de Rio Grande

Os navios maiores, que só atracam em grandes portos, como o de Rio Grande, são mais modernos e preparados, por exemplo, para o transporte de cargas refrigeradas

Uma das maiores vantagens do Vale do Caí é estar situado próximo do porto de Rio Grande. Porto de maior calado do Mercosul (região meridional da América do Sul). Pelo seu excelente calado (que pode ainda ser ampliado), ele pode se tornar o principal porto movimentador de cargas do Brasil, Argentina e Paraguai. A construção da Ferrosul, que vai ligar o porto ao noroeste gaúcho e oeste de Santa Catarina e Paraná, além do Paraguai e Mato Grosso do Sul, vai potencializar o uso do porto. E ramais ferroviários poderão ser estendidos até o norte da Argentina.
A vantagem de um porto de porte é a capacidade de receber grandes navios, capazes de transportar, por exemplo, mais de 10.000 containers numa viagem. Isso diminui muito o custo do transporte marítimo. Além disso, os grandes navios, que aportam somente em portos grandes, são também os mais modernos, dotados de melhores caracteristicas, como a capacidade de transportar cargas refrigeradas. Uma vantagem especialmente útil para o Cluster Agroindustrial de Alimentos do Vale do Caí.
O fato do Vale do Caí estar ligado ao porto de Rio Grande por via fluvial (ao longo do rio Caí, delta do Guaíba, Lagoa dos Patos e Canal do Norte. Adequar o rio Caí à navegação é tarefa extremamente fácil, bastando para isso remover um único gargalo: a ponte ferroviária existente nas imediações do Polo Petroquímico e da cidade de Canoas. Ela precisa ser adaptada para permitir a passagem de grandes embarcações. Obra de custo relativamente baixo, tendo em vista as enormes vantagens da sua execução.

sábado, 3 de julho de 2010

172 - Ferroeste já dá resultado

A Ferroeste já favorece a economia do oeste paranaense, apesar dela terminar em Guarapuava (foto), uma cidade interiorana

A Ferroeste é uma empresa estatal criada pelo governo do Paraná para operar linhas ferroviárias já existentes que apresentavam baixa produtividade. O sucesso da nova empresa levou os estados vizinhos (Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) a se interessarem numa associação para criar uma grande rede de ferrovias destinada principalmente ao transporte de cargas entre o interior desses estados e os portos litorâneos.
No Paraná, a Ferroeste já é um sucesso. O objetivo dos quatro governos estaduais associados é criar agora a Ferrosul, construindo novas linhas e integrando as redes ferroviárias dos quatro estados.
"Em junho, a Coamo, maior cooperativa da América Latina, respondeu por 30% do faturamento da Ferroeste, empresa ferroviária pública do Estado do Paraná, informou neste sábado (3), em Campo Mourão (PR), o presidente da ferrovia, Samuel Gomes. Este é o resultado do uso das linhas da Ferroeste para transportar soja da região de Cascavel para Guarapuava, onde a Coamo tem instalada uma fábrica de óleo.
Em contrapartida, a Coamo teve uma economia no preço do frete superior a 30% em relação ao modal rodoviário, informa Aroldo Gallassini, presidente da cooperativa. O frete chega, em alguns casos, a ser 40% menor que o do caminhão. ¨O custo do transporte pela Ferroeste é vantajoso em relação ao caminhão¨, constata o dirigente. ¨Já é possível ter uma noção do que essa parceria com a Ferroeste gera em economia para o produtor e, na medida em que for ampliada, com a modernização da estrutura da Ferroeste, será ainda mais vantajosa¨, salienta o dirigente.
A Ferroeste está em processo de modernização de sua frota de locomotivas e também adquirindo 500 novos vagões. As novas locomotivas de 3.000 HP substituirão as atuais de 1.600 HP, herdadas da empresa privada que operava a linha antes da sua retomada pelo Estado, fabricadas na década de 50 e tecnologicamente defasadas. ¨Além disso, com a chegada de 500 novos vagões, cuja aquisição depende apenas de autorização do governo, nossa performance será bem superior e também nossa lucratividade¨, garante Gomes.
As novas locomotivas formarão trens maiores, aumentando a produção, e reduzirão o consumo de diesel em mais de 40%, gerando uma economia para a Ferroeste de mais de R$ 3 milhões por ano. Os gastos com manutenção também serão drasticamente reduzidos com a modernização da frota, trazendo a Empresa ao ponto de equilíbrio, mesmo na atual situação, em que o projeto construtivo da Ferroeste está incompleto. ¨A Ferroeste não foi planejada para ter apenas 248 km, como se encontra hoje. É preciso avançar na construção dos trechos projetados. Para isso, esperamos que os recursos que captamos junto ao governo federal sejam rapidamente liberados para o Departamento de Engenharia do Exército iniciar os trabalhos programados desde o ano passado¨, manifestou Gomes.
Em relação ao transporte ferroviário, o presidente da Coamo disse que a consolidação da Ferroeste ¨será a solução de um problema no Paraná, que é o transporte via caminhão, o transporte mais caro que existe no mundo¨. Para o presidente da cooperativa, o governo do Estado deve ¨abrir o olho¨ e ¨ investir mais em ferrovias¨. Gallassini disse que transportar a produção pela ferrovia diretamente ao Porto de Paranaguá ¨é um grande sonho¨.
O presidente da Ferroeste afirmou em Campo Mourão que o frete vantajoso praticado para a Coamo tem sido possível porque se trata de uma operação completamente controlada pela Ferroeste, uma vez que o transporte é totalmente feito nas linhas da empresa paranaense, entre Cascavel e Guarapuava. ¨O contrato com a Coamo prova que a Ferroeste é eficiente. Também é uma demonstração irrefutável dos benefícios que a Ferrosul trará para todos os produtores quando os seus três mil km de linhas projetadas para integrar os quatro estados do Codesul, com os seus portos, e os países vizinhos forem construídas e entrarem em operação. Os benefícios que a Ferroeste está proporcionando à Coamo hoje, a Ferrosul proporcionará a todos os produtores desta vasta região do Cone Sul da América¨, enfatizou o presidente da Ferroeste. A Ferrosul é uma empresa ferroviária pública que está sendo criada pelos quatro Estados do Codesul a partir da Ferroeste."
A Ferroeste, por enquanto, estende-se apenas pelo interior paranaense (vai de Guarapuava e Cascavel). Mesmo assim é rentável e traz grande benefício para o desenvolvimento da região. Imagine quando ela se estender até o porto de Paranaguá. E, mais ainda, quando ela se transformar na Ferrosul e percorrer o interior do Rio Grande, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, ligando estas regiões produtoras aos principais portos marítimos do sul do país.