terça-feira, 25 de setembro de 2012

330 - Bons ventos para a navegação

Rios gaúchos poderão imitar o Reno
Com o título "Frete menor, competição maior", a colunista Maria Isabel Hammes, abordou em Zero Hora a questão da retomada da navegação fluvial no estado.
O título não é de compreensão óbvia. O que ela pretendeu dizer é que, melhorando a navegação fluvial no Rio Grande do Sul, o custo dos fretes no estado vão diminuir e a nossa produção se tornará mais competitiva a nível nacional e internacional. O óbvio, finalmente, está sendo reconhecido.
A novidade é que o governo federal está preparando a descentralização da gestão das hidrovias. Ou seja, a administração do setor será feita pelos estados. Uma providência extremamente necessária. Para se ter uma idéia, atualmente, quem administra o porto de Estrela é a Companhia Docas do Maranhão. Pode dar certo uma coisa dessas?
O Rio Grande do Sul tem a mais notável rede de hidrovias naturais no país. São mais de 1.000 quilômetros de águas navegáveis, nos rios Jacuí, Gravataí, Sinos Taquari e Caí, terminando na Lagoa dos Patos e no superporto de Rio Grande. Um tesouro ainda inexplorado.
O rio Caí tem enorme potencial para o transporte rodoviário, pois ele corta a região mais industrializada e mais exportadora do estado. Um terminal situado próximo ao Polo Petroquímico de Triunfo seria extremamente viável e daria significativo impulso às exportações gaúchas devido à diminuição no custo do frete. Ali situado, ele se conectaria com a Ferrovia do Trigo: a fantástica estrada de ferro que já existe e se estende de Passo Fundo até Canoas passando sobre os rios Taquari, Caí e Sinos. Um investimento formidável, feito pelos governos militares, na década de 70, que é muito pouco aproveitado atualmente. Conjuntamente com um terminal ferroviário na sua transposição sobre o rio Caí, seria criada (com baixíssimo custo) um sistema rodo-ferro-hidroviário que alavancaria a economia gaúcha de forma decisiva e impressionante.