quinta-feira, 29 de outubro de 2009

82 - A grande fábrica de adubo

Uma das vantagens do Cluster é a produção de enormes quantidades de adubo orgânico de excelente qualidade

No futuro, a região do Vale do Caí será um ponto para o qual enormes quantidades de milho e soja serão tranportados por via fluvial. Ali estes produtos serão transformados em ração, que vai alimentar frangos, suínos, bovinos e peixes que serão criados em 10 mil aviários e pocilgas, além de milhares de estábulos e açudes. Os escrementos destes animais poderiam se transformar num enorme problema ambiental. Mas este problema será evitado com a instalação de biodigestores (alguns grandes ou muitos pequenos). Com isto, ao invés de ser problema ecológico, o Cluster Agroindustrial será solução, pois ao contrário do que acontece com a agropecuária da maior parte do mundo (que gera gás carbônico liberado na atmosfera), no Vale do Caí este gás será transformado em energia (gerando energia elétrica ou biogás para ser usado como combustível).
Os biodigestores têm um custo inicial de implantação elevado, mas acabam se pagando, porque tanto o gás como o adubo orgânico de alta qualidade (que resulta do processo de fermentação dos escrementos) geram receita.
Com o cluster na sua plenitude, o Vale do Caí se tornará uma enorme fábrica de adubo orgânico, disponível a preços muito acessíveis para os produtores de frutas, hortaliças e flores da região. O Vale se transformará em grande exportador, também, destes produtos. A mesma estrutura exportadora montada para a venda de carnes servirá para a venda dos demais produtos da região.

81 - Círculo virtuoso

É necessário ter espírito positivo para a implantação de um grande projeto de desenvolvimento

Infelizmente, a maioria das pessoas é pessimista. Palavra que, em certo sentido pode ser considerada como um sinônimo de acomodada ou preguiçosa. Prova disto é que a expressão círculo vicioso é muito mais popular do que a sua oposta: círculo virtuoso.
O projeto do Cluster Agroindustrial de Alimentos representa a criação de um círculo virtuoso na região do Vale do Cai. Isto quer dizer que se trabalha pela criação ou aprimoramento de diversosav fatores positivos ao desenvolvimento da região. Por exemplo:
- Apoio dos governos municipal, estadual e federal aos donos de aviários e pocilgas, assim como às empresas integradoras.
- Reativação da navegação fluvial no rio Caí.
- Asfaltamento das estradas municipais, proporcionando diminuição nos custos do transporte entre a integradora e os aviários.
- Implantação de ensino técnico voltado para a avicultura, suinocultura e industrialização de alimentos.
- Apoio à pesquisa nas universidades locais dentro desta mesma área.
- Atração de bancos e empresas voltadas para comércio internacional.
- Implantação nos municípios do serviço de licenciamento ambiental.
- aprimoramento dos meios de comunicação, em especial a intrnet banda larga de alta velocidade.
- Implantação de biodigestores, para eliminar problemas de dano ecológico e obter ganhos com a produção de energia e adubo orgânico.
O desenvolvimento de cada um destes fatores positivos influi sobre o crescimento dos demais, formando um círculo virtuoso que conduz ao rápido desenvolvimento. Como já aconteceu em Tupandi, fazendo este município (que era muito pobre há vinte anos) chegar a uma situação de primeiro mundo.
Mas isto dá trabalho e muita gente prefere entregar-se aos prazeres do vício. Ou seja, à preferência pela lânguida pachorra do círculo vicioso, no qual nada se faz porque tudo é difícil e existem sempre desculpas para deixar as coisas do jeito que estão. Por piores que sejam.



segunda-feira, 26 de outubro de 2009

80 - Municipalização do meio ambiente

De nada adianta gerar aumento da produção e riqueza se isto não vier acompanhado de preservação do meio ambiente e melhoria na qualidade de vida

Para se construir um aviário ou pocilga, é necessário obter a licença do órgão responsável pelo controle do meio ambiente. Por incrível que pareça, no Brasil é necessário esperar e pagar muito para fazer algo tão benéfico. É, normalmente, o governo estadual que concede a licença. Mas, felizmente, no Rio Grande do Sul, o estado transfere aos municípios o poder de fazer o licenciamento. Uma atitude admirável, pois geralmente um governo gosta de deter o poder e não transferi-lo a outros. Com isto, em 237 municípios gaúchos já aconteceu a municipalização do controle de meio ambiente. Fora do Rio Grande do Sul, pouquíssimos municípios contam com tal autonomia.
No Vale do Caí, os municípios com administração mais dinâmica já providenciaram a municipalização há muitos anos. Mas alguns ainda não haviam tomado esta providência. Agora o Caí, Alto Feliz, Linha Nova, São Pedro e Vale Real estão prestes a receber a autorização para fazer o licenciamento ambiental. O que isto representa em redução de custos (ou até isenção) e agilidade, resulta em mais um diferencial da região, que a torna mais competitiva como produtora de frangos, suínos e ovos.

79 - Segurança é diferencial de competitividade

Um grande projeto de monitoramento por câmeras de vídeo tornará o Vale do Caí uma das regiões mais seguras do país

Um cluster se distingue de outras regiões pelo fato de nele haverem diferenciais que tornam a produção mais viável e competitiva ali do que nos outros lugares.
O Cluster Agroindustrial de Alimentos do Vale do Caí tem importantes diferenciais que já o qualificam, sendo um deles a eficiência das prefeituras em apoiar os produtores de frangos e suínos. Isto faz diminuir os custos tanto para os criadores destes animais como para as empresas integradoras, que beneficiam as carnes e as comercializam.
A implantação da navegação vai reduzir os custos de transporte até o porto de Rio Grande e, com isto, tornará a produção local mais competitiva.
Estes são dois elementos de competitividade muito importantes. Mas o cluster se fortalece com a soma de dezenas de outras vantagens competitivas. É importante, por exemplo, que a região conte com cobertura de internet banda larga potente. Ela precisa contar com boas estradas asfaltadas servindo todo o interior, para reduzir custos no transporte entre o aviário (ou pocilga) e as integradoras. As cidades precisam ter bons hotéis e é necessário que se instale uma boa estrutura bancária voltada para a exportação/comércio internacional. Ensino técnico de comércio e de produção agroindustrial são também necessárias, tanto no nível secundário como no superior.
E assim, para o bom funcionamento do cluster, inúmeros outros fatores de competitividade precisam ser implantados e aprimorados constantemente. Inclusive a segurança.
É claro que é mais barato atuar e produzir numa região onde o índice de criminalidade seja reduzido. É notório, por exemplo, o dano que a violência causa ao desenvolvimento do Rio de Janeiro e ao seu cluster de turismo. Por isto, pode se considerar que a implantação do sistema de segurança com câmeras de vigilância é também um fator de redução de custos e de competitividade. O projeto já foi aprovado e será implantado, ao custo de 15 milhões de reais, com recursos do governo federal. Será mais uma ferramenta, ajudando o Vale do Caí a se tornar um centro internacional de produção de alimentos.
Neste caso, mais uma vez, a eficiência das administrações municipais da região foi importante. Mas se destaca por um aspecto novo: não foi o esforço individual de uma prefeitura que redundou nesta conquista. Houve aqui a união de todas as prefeituras da região. Com outras ações deste tipo, muito mais poderá ser conseguido. E mais rapidamente.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

78 - Oderich: do Caí para o mundo

Os produtos Oderich são exportados para mais de 50 países

A Oderich foi grande destaque na Anuga, que é a maior feira mundial do setor de alimentação. A Oderich, que aumentou muito as suas exportaçõs nos últimos anos, deve aumentar as suas vendas externas em US$ 25 milhões. Um valor muito expressivo que poderá dar nova alavancagem às suas exportações. Para se ter uma idéia o valor adicionado da Oderich (matriz) no ano passado foi de 42 milhões de dólares (pelo câmbio atual).
A Oderich já exporta para mais de 50 países e, aproximadamente, metade da sua produção é destinada à exportação.

sábado, 17 de outubro de 2009

77 - Banda larga

A região precisará dispor de banda larga com alta velocidade

A melhoria da infraestrutura disponível na região é ponto fundamental do projeto Cluster Agroindustrial de Alimentos do Vale do Caí. Para isso pretende se recuperar a navegabilidade do rio Caí, permitindo que barcos portacontainers naveguem entre o Vale do Caí e o superporto de Rio Grande. Isto representará notável redução de custos de transporte, que tornará o produto da região mais competitivo nos mercados nacional e internacional. Da mesma forma se projeta o asfaltamento das estradas que ligam as empresas processadoras aos aviários e pocilgas que lhes fornecem a matéria prima.
Mas faz parte do projeto, também, melhorar o acesso à banda larga na região.
Isto porque o acesso eficiente e rápido à internet torna-se, cada vez mais, uma ferramenta fundamental para a produção e um forte redutor de custos.
Os países mais evoluídos estão investindo fortemente nisto e é preciso que o Cluster Vale do Caí acompanhe esta tendência.

sábado, 3 de outubro de 2009

76 - Navegação ontem e amanhã

Uma eclusa, semelhante a esta, tornará possível a navegação até São Sebastião do Caí

No final do século XIX e início do século XX, o Caí tornou-se o polo mais dinâmico da economia gaúcha. Isto ocorreu porque a produção de grande parte das colônias alemãs do Vale do Caí e das italianas da Serra era escoada pelo porto da cidade. Isto fez com que grandes empreendimentos comerciais e industriais ali se desenvovessem.
A volta da navegação no rio Caí poderá provocar efeito semelhante. Além de incentivar a produção da agropecuária e indústria locais, a existência de um ou mais terminais hidrorodoviários no rio, deverá fazer com que boa parte da produção da Serra seja levada a estes terminais, em containers, para ser levada dali ao porto de Rio Grande. O que vai impulsionar o comércio e proporcionar retorno de impostos para as prefeituras.

75 - Fantástica prosperidade

No passado, o rio Caí já teve navegação intensa, trazendo grande prosperidade para a região

No passado, a existência do porto em São Sebastião do Caí criou condições para uma fantástica prosperidade na cidade. Em poucas décadas, grandes fortunas foram criadas e estas se transformaram no germe de vários dos principais empreendimentos econômicos do estado.
Através do porto do Caí era escoada a produção de um território amplo e produtivo: as colônias alemãs do Vale do Caí (incluindo São José do Hortêncio, Bom Princípio, Harmonia, Tupandi, São Vendelino, Feliz, Alto Feliz, Vale Real, Linha Nova e Nova Petrópolis) e as colônias italianas de Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha e outras).
Chegados da Alemanha e da Itália com cultura e tecnologia superior à dos luso-brasileiros, os colonos desta grande região tinham grande capacidade de produção, o que fez a região prosperar muito. E todos os negócios destes colonos passavam pelo porto do Caí. O que fez a cidade tornar-se um extraordinário polo comercial.
Com isto, comerciantes da cidade, como Cristiano Trein, enriqueceram tremendamente. Até porque colonos alemães como ele tinham, também, tecnologia comercial superior à dos seus concorrentes luso-brasileiros.
Assim surgiram grandes fortunas, como as de Frederico Mentz e A J Renner, que eram casados com filhas de Cristiano Trein e o sucederam nos seus negócios. Quando a atividade comercial caiense declinou, a partir de 1911 (com a construção da estrada de ferro que ligava Caxias do Sul a Porto Alegre), comerciantes ricos como Cristiano destinaram as fortunas que haviam acumulado para financiar novos empreendimentos industriais, comerciais e financeiros dirigidos por pessoas ligadas a eles, como Frederico Mentz e A J Renner.
Estes dois empresários caienses, que transferiram suas atividades para Porto Alegre, tiveram extraordinário destaque na economia gaúcha da primeira metade do século XX. E não foram os únicos exemplos de caienses que seguiram por este caminho.

74 - Cases de sucesso

Embora alguns discordem, a humanidade é um case de grande sucesso, assim como Tupandi. E o Vale do Caí também tem tudo para ser (clique na foto)

Case nº1 - A humanindade
A éspécie humana - embora não falte quem considere esta uma afirmação duvidosa - é um case de sucesso. Ela conseguiu, ao longo de milhões de anos, desenvolver um cérebro poderoso e, com ele, obteve as inumeráveis conquistas que chamamos de civilização.
Os antropólogos estudam para tentar esclarecer como isto foi possível e já chegaram a algumas conclusões. Fica evidente que não houve uma única causa. Foram várias:
1) Sabe-se que o fato de ter mãos com dedos articulados, que pemitem segurar firmemente um objeto, foi um fator importante para o sucesso humano.
2) Outro fator foi o fato dos humanos aprenderem a usar ferramentas, como a pedra lascada (pontiaguda e cortante). Mas isto não é tudo, pois os chipanzés também são capazes de fazer tais proezas e, no entanto, ficaram muito atrás do homem na escala evolutiva, diferenciando-se pouco das demais espécies animais.
3) Os cientistas acreditam que outra conquista básica da humanidade foi aprender a usar o fogo para assar ou cozinhar os alimentos. Isto facilitou ao homem obter alimento em abundância, pois coisas que cruas não são digeríveis se tornam bom alimento através destas formas de aquecimento. Só assim o homem conseguiu ter a abundância de alimento necessária para fornecer a energia necessária para o consumo do seu poderoso cérebro.
Assim, conseguindo reunir este conjunto de fatores favoráveis ao seu desenvolvimento, o homem conseguiu se diferenciar do restante do reino animal e começar o seu esplendoroso processo civilizatório.
Case nº2 - Tupandi
Algo assim notável aconteceu no município de Tupandi, que em apenas 20 anos passou de uma renda per capita de U$ 750 para U$ 25.000 de renda per capita. Isto sem ser descoberto petróleo ou instalada uma usina geradora de energia elétrica no município.
Ali o conjunto de fatores que permitiram este desenvolvimento extraordinário - talvez único no mundo - foram, resumidamente:
1) A existência de uma administração municipal extremamente eficiente (que restringe as despesas para ter capacidade de investir no desenvolvimento do município).
2) A eficiente execução de um extraordinário projeto de desenvolvimento baseado na produção de aves e suínos em regime de integração com grandes empresas processadoras de carnes e ovos.
Case nº 3 - Cluster Agroindustrial de Alimentos do Vale do Caí
O Cluster Vale do Caí pretende ser, também, um extraordinário case de sucesso. E, como nos demais cases antes abordados, a sua concretização dependerá de ser implantado um conjunto de fatores que irão possibilitar o êxito do projeto.
Entre estes fatores, que deverão levar a região do Vale do Caí a um grande desenvolvimento (atingindo o nivel econômico e social de primeiro mundo) estão:
1) A implantação da navegação comercial no rio Caí
2) A adoção, por parte das prefeituras, de fortes políticas de incentivo à implantação de aviários e pocilgas
3) Apoio à expansão das empresas integradoras (Doux, Agrosul, Naturovos, Agrogen, Cooperativa de Harmonia, Oderich)
3) O asfaltamento das estradas do interior, diminuindo o cuto do transporte entre os aviários e as integradoras.
4) Abertura de linhas de financiamento para a implantação de aviários e ampliação das empresas integradoras.