sexta-feira, 27 de maio de 2011

269 - Rio calmo e propício à navegação

No seu curso inferior, o rio Caí é largo, sereno e não apresenta curvas acentuadas
(clique sobre a foto para ver melhor)
O rio Caí é, entre todos os rios do estado, o que tem melhores condições para ser utilizado na navegação comercial. No seu curso inferior, já perto do estuário do Guaíba, ele se torna largo e muito calmo, permitindo a navegação de forma livre e rápida. Ele não apresenta curvas acentuadas e tem como único obstáculo considerável a ponte de ferro que aparece nesta foto extraída do Google.

terça-feira, 24 de maio de 2011

268 - Dinheiro verde para alavancar investimentos

Captar dinheiro para projetos ecologicamente favoráveis é uma boa possibilidade
Entre os projetos previstos para o Cluster Vale do Caí, muitos são ecológicamente favoráveis. Um exemplo disto é a instalação de grandes biodigestores para aproveitar os dejetos das pocilgas (e outros) na produção de gás ou geração de energia. Outro exemplo: a implantação da navegação entre o Vale e o porto de Rio Grande, substituindo o transporte por caminhão na maior parte do trajeto.
A possibilidade de captar recursos para estes projetos no exterior está aí para ser aproveitada. Um banco verde está sendo criado pelo governo da Inglaterra. Seu objetivo será investir na energía  eólica, redução de desperdícios e na eficiência energética não doméstica.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

267 - Dois anos do Cluster Vale do Cai

Em dois anos, uma idéia amadurece e começa a se tornar realidade
Em janeiro de 2009 o jornalista Renato Klein encontrou-se, no centro de São Sebastião do Caí, com um amigo que não via há tempo. O jovem estudante Daniel Fink (amigo dos filhos de Renato), estudava na Coréia e aproveitava as férias para visitar a família e a terra natal. No encontro, rápido e casual, o jornalista e o estudante falaram com entusiasmo sobre o desenvolvimento da região graças às indústrias dedicadas ao beneficiamento de carnes e aos produtores que investiam na construção de aviários e pocilgas cada vez mais modernos e tecnificados. Já naquele encontro Daniel Fink mencionou a palavra cluster, muito mais usada na Coréia do que por aqui.
Alguns dias depois Daniel e Renato sentaram para uma conversa mais longa e, então, ficou claro que o que acontecia no Vale do Caí era o desenvolvimento de um cluster agroindustrial (pois tinha o seu lado industrial e o agrário, ambos com igual importância). Um cluster que se dedica à produção de alimentos. Desta conversa saiu definido o nome Cluster Agroindustrial de Alimentos do Vale do Caí. 
Muito versado em informática, Daniel Fink sugeriu a criação de um blog na internet para propagar a idéia do cluster. E deu o empurrão inicial instalando o blog e fazendo a sua primeira postagem. Isso no dia 23 de maio de 2009. Há exatos dois anos. Desde então, Renato deu continuidade ao trabalho e vem administrando e editando o blog, cada vez com mais entusiasmo.
A idéia amadurece e, exatamente no momento do segundo aniversário do blog, o Cluster Vale do Caí passa por uma importante transformação, passando do mundo virtual para o universo da realidade. Na manhã do último sábado foi feita a primeira reunião visando tornar realidade um dos mais caros projetos defendidos no blog: a navegação fluvial pelo Vale do Caí, tornando mais econômico o transporte de mercadorias entre a região e o porto de Rio Grande.
O blog tem chamado a atenção de milhares de pessoas pelo Brasil inteiro e por 57 outros países. O número de visitantes do blog se aproxima de 10 mil. O que é um número muito elevado para um endereço no qual se debate um assunto um tanto hermético: um plano estratégico de desenvolvimento. Ainda mais que o plano se refere a uma pequena e não muito conhecida região: o Vale do Caí.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

266 - Juros do Pronaf baixam para 2%

Com juros menores, fica mais fácil implantar novos aviários
Os brasileiros - principalmente aqueles que produzem - estão acostumados a ouvir más notícias vindas de Brasília. Agora, pelo menos, está se vendo alguma coisa boa: diminuição de impostos e dos juros, para incentivar a produção.
Hoje saiu mais uma boa notícia: 
Os juros que os pequenos agricultores e pecuaristas pagam por empréstimos concedidos pelo governo baixaram de 4,5 %, no máximo, para 2 %, também no máximo. Estes empréstimos são tomados pelos produtores rurais para fazer investimentos como, por exemplo, fazem os produtores da região que constroem aviários e pocilgas.
A oferta de empréstimo com juro baixo vai viabilizar ainda mais os empreendimentos na área rural.
Como Tupandi tem mais de 500 aviários e pocilgas, e potencial para implantar muito mais, o Vale do Cai poderia ter mais de 10 mil. Ao invés dos 1.500 que tem atualmente. Para isso, será necessário (e perfeitamente viável) implantar grandes biodigestores o que é perfeitamente viável e não representa custo. Os biodigestores têm grande capacidade para gerar energia elétrica, produzir gás combustível e adubo orgânico de ótima qualidade.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

265 - Governo diminui impostos para incentivar produção de aves e suínos

Frigorificos não vão pagar mais o PIS/Pasep e o Cofins

O jornal Floripa, de Santa Catarina, traz hoje uma boa notícia para os produtores de aves e suínos:


"Governo regulamenta desoneração de suínos e aves
"Receita regulamenta desoneração de suínos e aves
A Receita Federal publicou nesta terça-feira norma regulamentando a suspensão da cobrança de PIS/Pasep e Cofins da cadeia de produtos suínos e aves.
De acordo com o órgão, a cobrança do imposto foi suspensa desde o produtor de ração até o frigorífico. A desoneração já estava em vigor desde janeiro, mas só agora foi disciplinada.
Segundo o coordenador-geral de Tributação da Receita, Fernando Mombelli, a suspensão tem comoobjetivo diminuir a criação de créditos tributário, que são gerados quando ao longo da cadeia alguém compra um produto que paga imposto.
O governo estuda mudanças na tributação desses impostos em outras cadeias, como as de suco de laranja e de café. Com isso, pode ajudar a baixar o preço desses produtos, que aumentaram nos últimos meses e estão pressionando a inflação.
"O governo está estudando todas as cadeias que partem de insumos agrícolas para fazer uma adequada tributação no setor. Na medida em que se diminui o ônus do acumulo do credito se aumenta a competitividade do setor", afirmou Mombelli."

domingo, 15 de maio de 2011

264 - Peixe é futuro

A produção de peixes em açudes "casa bem" com a atividade rural em pequenas propriedades, podendo servir como renda complementar para os produtores rurais
O programa Globo Rural, da Rede Globo apresentou hoje reportagem sobre a produção de peixes em açudes. Como sempre, uma ótima reportagem. Por ali se vê como está crescendo a criação de peixes no país. 
Esta é uma grande potencialidade do Vale do Caí, pois poderia se desenvolver uma estrutura de integração entre um frigorífico e centenas de pequenos produtores. A integradora poderia ser uma das já existentes no ramo de carnes (Agrosul, Cooperativa Ouro do Sul ou Doux), que forneceriam os alevinos (filhotes de peixe), a ração e a tecnologia necessárias.
Como se sabe, os peixes têm maior taxa de conversão da ração em carne do que os outros animais. Além disto produzem carne mais saudável, o que é cada vez mais valorizado pelos consumidores.
Conforme se vê na Wikipédia...
"As tilápias e as carpas são as espécies mais adequadas para criação em represas e açudes das propriedades rurais, devido à sua rusticidade. As espécies carnívoras, como o trairão e o tucunaré devem ser utilizadas apenas como auxiliares no controle do excesso de reprodução das tilápias, não se recomendando sua criação isolada. A inserção de espécies carnívoras é benéfica para melhorar a qualidade do peixe obtido, que cresce mais em menos tempo. No entanto, a inserção deve ser feita com muito cuidado, pois pode causar sérios problemas ecológicos caso haja fugas das espécies carnívoras para os rios locais.
A adubação das águas é um dos aspectos mais importantes da criação de peixes em cativeiro, representando o enriquecimento das águas. Pode ser feito de várias maneiras. Se for possível, as águas usadas para lavar estábulos e pocilgas devem ser levadas para os açudes, desde que não causem poluição do meio aquático por excesso de volume. Sua presença em pequenas quantidades propiciará o incremento da produção natural de plâncton. Além de fertilizarem a água, os estercos são também diretamente ingeridos pelos peixes. De uma maneira geral, pode usar-se o esterco de curral na proporção de duas toneladas por hectare, duas vezes ao ano."
Para ver reportagem produzida pelo Globo Rural sobre o assunto clique sobre o seguinte endereço:

263 - O Caí tem um plano estratégico

Um aviário moderno, como este instalado no Caí neste ano, tem produção equivalente ao de uma indústria de porte médio e dá muito mais retorno para a prefeitura
O economista Gustavo Ioschpe, em artigo publicado na revista Veja (11/5/2011) chamou a atenção para o fato de que o Brasil não tem um plano estratégico de desenvolvimento. Ele explica que um país só pode desenvolver-se tendo um projeto, mesmo que simples. É preciso que o plano seja de conhecimento de todos, para que, através da colaboração de todos, se chegue onde se quer chegar. Mas o Brasil não sabe onde quer chegar.
Ioschpe lembra um velho ditado chinês segundo o qual não existem bons ventos para quem não sabe onde quer chegar.
Na administração municipal caiense, pelo que se vê, já existe um plano estratégico de desenvolvimento. O prefeito Darci Lauermann e seu secretário do desenvolvimento, Alzir Bach, foram entrevistados por Letícia Barbieri, para uma reportagem publicada pelo jornal Zero Hora (Um exemplo para Parobé, capa do caderno Dinheiro, 15/05/2011) que diz o seguinte:
"Com novo olhar sobre a economia, a prefeitura investe agora na agroindústria.... Programas de incentivo foram fomentados na cidade e até os pequenos agricultores são vistos com novos olhos. O pequeno agricultor chega a receber R$ 25 mil de contrapartida do município para expandir um negócio.
- Temos de aproveitar a vocação da região para a agricultura familiar. Apostamos na agroindústria. Antes, o calçado representava 50 % da nossa economia, usava nossa mão de obra e levava a produção embora. A agroindústria faz a o dinheiro girar aqui mesmo - resume Alzir Bach."


Lauermann e Bach decidiram aplicar no seu município o modelo criado por Tupandi e que proporcionou fabuloso projeto àquele município vizinho: o incentivo forte à implantação de aviários e pocilgas. O Caí demorou para seguir este exemplo (Tupandi começou há mais de 15 anos e os bons resultados do modelo se tornaram gritantes há mais de dez). Mas, como diz um outro velho ditado, "antes tarde do que nunca".  O prefeito e o seu secretário têm o mérito de haver percebido a solução óbvia e de a estarem pondo em prática. Eles traçaram um caminho viável para o desenvolvimento do seu município, aproveitando o exemplo de outro que foi bem sucedido. A mesma coisa que fizeram ou fazem o Japão, a Coréia e a China. Plano estratégico de desenvolvimento é coisa simples, mas que a grande maioria dos administradores do mundo (inclusive os brasileiros) não aproveitam. Se persistirem, mudarão o destino de toda a população caiense.


Veja mais sobre esse assunto na postagem 257 desse blog.

sábado, 14 de maio de 2011

262 - Cluster Vale do Cai assume posições estratégicas

Heitor Müller assume a presidência da FIERGS

Nestor Freiberger preside a ASGAV

Ronei Lauxen é o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul (Sicadergs) 
Marcos Oderich ocupa cargos de diretoria na Fiergs, Ciergs e Conagro
O Cluster Agroindustrial de Alimentos do Vale do Caí é uma verdadeira potência. A Doux/Frangosul é a maior movimentadora de containers do estado. A Agrosul cresce rapidamente e outras empresas do setor de alimentos, como a tradicional Cooperativa Ouro do Sul, de Harmonia, e a caiense Oderich também apresentam crescimento muito satisfatório. Outros destaques são a Naturovos, de Salvador do Sul, a Agrogen e a Ecocitrus, de Montenegro e a Doces Bom Princípio, de Tupandi.  E, paralelamente ao bom desempenho destas indústrias, é fortíssimo, também, o setor de criação de aves e suínos. 
O conjunto dessas integradoras com os seus integrados produtores de carnes formou uma estrutura tão robusta e sólida que já se reflete em posições de liderança que os seus capitães exercem no estado. 
Prova disso é que os líderes empresariais do Vale do Caí estão ocupando, atualmente, posições de grande destaque nas organizações que congregam as empresas do estado. Heitor Müller, da Agrogen é o presidente da FIERGS; Nestor Freiberger, diretor da Agrosul,  preside da Associação Gaúcha de Avicultura e Ronei Luxen, da Cooperativa Ouro do Sul, preside o Sindicato da Indústria de Carnes.
Marcos Oderich é um dos diretores do CIERGS (Diretoria do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul) principal entidade da FIERGS, além de atualmente ser também vice-presidente do Sindicato da Alimentação do RS e por fim recentemente nomeado por Heitor Müller na presença do Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, como coordenador do CONAGRO (Conselho do Agronegócio).
Falta ainda o robusto e influente Cluster Agropecuário do Vale do Caí reconhecer a sua própria força e unir-se em favor do seu desenvolvimento. 
O Vale do Caí já é um exemplo para o Brasil. E deve ser ainda mais. O próximo passo para deverá ser a união de forças das empresas, com governos municipais e demais entidades da região, para impulsionar ainda mais o crescimento do cluster. 
O projeto de implantação da navegação no rio Caí, levando cargas com maior economia e segurança até o porto de Rio Grande deverá ser o primeiro movimento concreto neste sentido. Depois dele, vários outros projetos poderão ser realizados, como a implantação de biodigestores e de uma esmagadora de soja (que produza óleo e resíduos que se prestam à produção de ração para animais (aves, suínos, bovinos, peixes...). Também poderá ser realizada a implantação de grandes biodigestores para transformar em energia elétrica, gás e adubo os escrementos dos animais acumulado em pocilgas, aviários e outros criatórios. Será possível, junto com as prefeituras, desenvolver um sistema para promover o asfaltamento de todas as estradas do interior, diminuindo os custos do transporte entre o integrado e a integradora.
Tudo isso poderá ser feito através de uma empresa criada e gerida pelos brilhantes administradores que criaram o cluster através de seus esforços isolados e que poderão fazer mjito mais se agirem de coordenadamente.
O resultado disto será a transformação do Vale do Cai num polo mundial de produção de alimentos e num modelo que poderá ser seguido por outras regiões do estado e do país.

domingo, 8 de maio de 2011

261 - Avicultura e suinocultura são destaque no desenvolvimento do país

No oeste de Santa Catarina, cidades como Concórdia tiveram grande desenvolvimento  graças á produção de frangos e suínos em regime de integração
No site Portal do Agronegócio foi publicada matéria relativa a uma reportagem do Globo Rural comentando o desenvolvimento extraordinários que a avicultura e a suinocultura tiveram no Brasil na última década.  A matéria foi escrita cinco anos atrás, em 2006, mas vale a pena lê-la, pelas excelentes informações que contém:


"No sítio de Hélio Gastmann, em Concórdia, oeste de Santa Catarina, sempre tem galinha gorda no terreiro.
"Dou milho e quirela para elas comerem. Para o frango engordar, nesse sistema, leva de seis a sete meses", diz seu Hélio. Seu Hélio também lida com suínos caipiras criados no chiqueirão. Os animais comem milho, capim, restos da cozinha.
"Nesse manejo leva de sete a oito meses para eles engordarem", conta seu Hélio.
A criação é para o gasto de casa. Seu Hélio só vende o que sobra, mas até o começo da década de 60 boa parte do frango e do suíno consumidos no Brasil saía de criações como essa.
O zootecnista Elsio Figueiredo, chefe da Embrapa de Suínos e Aves de Concórdia, explicou que para chegar aos animais modernos foi preciso muita pesquisa, principalmente em genética.
"A fêmea, que chamamos de matriz, é o resultado da raça landraci com nagiwhite. Ela apresenta as características de ser uma boa mãe. Ela produz uma média de 12 leitões e, além da alta produção leitões e de leite e da grande capacidade de ingestão de alimentos, ela tem que comer seis quilos de ração por dia para produzir leite para todos os leitões, ela tem que ter longevidade. Tem que ser uma fêmea que tenha bons aprumos, que sustente essa produção intensiva", diz Figueiredo.
O cachaço, normalmente, é resultado do cruzamento entre três raças.
"Nessas raças, as características que a gente enfatiza mais são a espessura de toucinho, eficiência alimentar e maior fertilidade. Então, são características de macho", analisa Elsio.
Essa mistura de raças gerou leitões que chegam ao peso de abate em torno de 100 quilos em apenas 150 dias, com um rendimento de carcaça superior a 70%.
Com o frango, a evolução foi ainda mais espantosa. Em 1985, o Brasil produziu pouco mais de um milhão de toneladas de carne de frango. Hoje, o abate chega a quase 8,5 milhões de toneladas.
Na década de 60, começava a ser implantada no oeste de Santa Catarina, o sistema que iria transformar totalmente a forma de produzir suíno e frango no Brasil: a chamada integração.
Nesse sistema, a indústria fornece pintinhos, a ração, medicamentos e assistência técnica. O criador entra com as instalações e toda a mão-de-obra. A parceria entre produtor e empresa levou a tecnologia para dentro das granjas. Hoje, nosso frango sai de criações sofisticadas como esta no município de Ribeira.
Tudo lá é automático e controlado pelo computador, até o clima, como explicou o veterinário Francisco Bersch, veterinário.
"Esse galpão se diferencia, principalmente pelo aspecto de climatização que permite mais conforto térmico às aves. Temos pequenas entradas de ar numa das pontas do galpão e que são controladas com painel eletrônico que, ao mesmo tempo que fazem abertura programada das cortinas, fazem a abertura dos exaustores no fundo", disse Bersch.
Para poder entrar numa granja moderna, somente vestindo um uniforme apropriado, para evitar que o visitante leve no calçado ou na roupa algum tipo de doença para dentro do aviário.
O cuidado com a saúde das aves evoluiu bastante nos últimos 20 anos. Hoje, o pintinho recebe boa parte das vacinas antes mesmo do nascimento, ainda dentro do ovo. Saudável, com boa genética, tratado com ração balanceada e criado em ambiente confortável, o frango cresce rápido. Em um mês e meio está pronto para o abate.
Em 1965, uma empresa abatia 170 mil frangos por ano. Hoje, contando todos os frigoríficos que tem espalhado pelo Brasil, o abate chega a quase 1,7 milhão de aves por dia. Quer dizer que o tempo que eu gastei para dizer esse texto mais de 600 frangos foram abatidos.
Com preço bom e qualidade, o frango brasileiro conquistou também o mercado internacional. Um terço da produção vai para o exterior.
"Os mercados que mais consomem são o mercado japonês, mercado comum europeu e os Emirados Árabes", disse Altemir Sampaio, gerente industrial.
Em 2004, o Brasil foi o maior exportador de carne de frango do mundo. Nessa linha de desmontagem, as empresas preparam mais de 150 cortes diferentes. Tudo para agradar o gosto do freguês por mais distante que ele possa estar. É o que contou do Japão, o repórter Carlos Dorneles.
O Japão é bem menor do que o Brasil, mas a população é enorme. São quase 130 milhões de habitantes, 27 milhões vivendo na área metropolitana de Tóquio, a capital. A carne de frango é um dos pilares da culinária japonesa.
Tanto que os importadores tiveram que agir rápido quando a epidemia de Influenza Aviária reduziu drasticamente a produção das granjas de diversos países da Ásia. Sem poder contar com os fornecedores tradicionais, a solução foi comprar mais do Brasil.
Koji Nimura é diretor de importação e disse que a empresa parou de comprar frango da China, Tailândia e Estados Unidos. Hoje, é do Brasil que vem 90% das importações japonesas de frango, mas Nimura disse que pensa em negociar com outros países, como Chile e Filipinas, que seriam uma reserva estratégica se a gripe aviária também atingir o Brasil.
Nilton Webber é representante comercial de um frigorífico brasileiro que exporta mais de oito mil toneladas por mês para o Japão.
"Eu diria que não só mais empresas entrarão, como aquelas que tiverem condições de crescer, aumentarão seus volumes para o mercado japonês e aquelas que vierem a querer entrar no mercado e que ainda não estão participando terão que passar por uma fase de adaptação de melhoria de suas qualidades e adaptação às exigências do mercado japonês, que é um mercado muito exigente em relação à qualidade e especificação", explicou Webber.
De que frango, afinal, nós estamos falando até agora? Não de peito, com certeza. O peito de frango é carne de segunda no Japão. Os japoneses gostam mesmo é de perna, asa, pé e outras miudagens que fariam o brasileiro torcer o nariz.
Tem partes do frango que no Brasil a gente simplesmente bota fora. Lá, vale ouro. Um pacote de cartilagem de frango é vendido a mil yenes, o equivalente a R$25,00 o quilo.
É a cartilagem tirada do peito ou da rótula, o joelho do frango. No Japão, são assadas no espeto, um tradicional aperitivo nos bares lotados de executivos.
Ele é temperado com sal, mais nada, tem gosto de cartilagem com sal. O gosto é bom, mas o comércio entre os dois países nunca dependeu tão pouco dos sabores, das preferências de cada povo. O frango brasileiro, cada vez mais, é o rei dos supermercados japoneses."

260 - Qualidade de vida, para os animais

Porcos e aves são criados para o abate e a alimentação humana. Não é muito  bonito. Mas já é um avanço se estes animais serem tratados com respeito e com bem estar

O mundo está evoluindo e, nos países ricos, muitos consumidores não se importam em pagar um pouco mais pela carne de animais que são bem tratados na sua criação e abate. Tem mais valor o produto  que vier com a certificação de que os animais foram criados sem violência, com garantias de bem estar e qualidade de vida. Brevemente este tipo de cuidado deverá ser exigência de alguns países para a importação dos produtos.
O Vale do Cai, intitulado o Vale da Felicidade, é o cenário ideal para a produção deste novo tipo de carne. Veja do que se trata nesta reportagem apresentada pelo excelente programa Globo Rural.


Basta clicar com o mouse sobre o endereço abaixo:


http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1503539-7823-CONHECA+CRIACAO+DE+AVES+COM+MANEJO+QUE+DISPENSA+QUALQUER+TIPO+DE+VIOLENCIA,00.html


Assista também à seguinte reportagem  sobre criação de suínos:


http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1503577-7823-PRATICA+DE+BEMESTAR+ANIMAL+PRIVILEGIA+SISTEMA+DIFERENTE+DE+MANEJO+DE+PORCOS,00.html

259 - Vale da felicidade

Região de rara beleza, o Vale do Cai tem também os melhores índices de qualidade de vida do país
(Clique sobre a foto para ver melhor)
O Vale do Caí é uma região maravilhosa. Pequena e habitada por apenas 170 mil habitantes, ela tem níveis de desenvolvimento econômico e de qualidade de vida diferenciados. A região tem qualidades que a aproximam do primeiro mundo, como reconheceu a prestigiada revista Veja em grande reportagem (oito páginas) na sua edição de 10 de outubro de 2007. O nome da reportagem é O Vale da Felicidade.
Veja a matéria em http://historiasvalecai.blogspot.com/2010/12/1040-o-vale-da-felicidade.html
As 19 cidades existentes na região, da grande e agitada Montenegro à minúscula e traqüila Linha Nova, ficam, no máximo a 65 quilômetros de grandes cidades como Porto Alegre e Caxias do Sul. Mais próximas ainda estão outras cidades importantes, como Novo Hamburgo, Gramado, Farroupilha, São Leopoldo, Garibaldi, Farroupilha, Lajeado.e Carlos Barbosa.
As paisagens são maravilhosas e diversificadas. O rio Caí é um dos mais belos e preservados do mundo, percorrendo todos os variados cenários que a região tem, apesar da sua área reduzida: das serras sujeitas a nevadas (embora raras) aos campos de estilo pampeano, em Capela de Santana.
Aproveitando a inspirada reportagem de Veja, a região já começa a utilizar a espressão Vale da Felicidade. Muito válida, inclusive, para a valorização (atavés da publicidade) dos alimentos produzidos na região.
Existe na região, também, um considerável padrão de consciência ecológica. Encostas de morros têm sua vegetação preservada (como acontece em São Sebastião do Caí) e nas margens dos rios e arroios também as matas ciliares são razoavelmente preservadas.
O Vale do Caí conta, também, com as melhores administrações municipais do país. Pesquisas de âmbito nacional, realizadas pela Confederação Nacional dos Municípios e outras instituições, têm destacado especialmente os municípios de Tupandi, Pareci Novo e São José do Hortêncio.

terça-feira, 3 de maio de 2011

258 - Aeroporto internacional deve impulsionar o desenvolvimento da região

Um aeroporto voltado para o transporte de cargas deverá ser construído perto de Capela de Santana
Ganha força a mobilização que defende a instalação de um novo aeroporto internacional. E a área proposta fica entre os municípios de Capela de Santana, Portão e Nova Santa Rita. "Vai mudar a nossa história, transformando a região", considera o vereador José Alfredo Schmitz (PPS), que participou de uma reunião no último dia 26 de abril. O encontro aconteceu em Portão, quando foi instalado um Fórum Permanente em Defesa da Construção do Aeroporto 20 de setembro.
O Fórum tem representantes das Câmaras de Vereadores de Portão, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Capela de Santana, Nova Santa Rita e Montenegro. O projeto foi apresentado pelo diretor de Relações com a Comunidade do Grupo Sinos, Miguel Schmitz, o qual enfatizou a importância das comunidades entenderem o projeto, a fim de apoiarem a mobilização pela conquista do aeroporto. “Sabemos da importância de um aeroporto para a região. Um aeroclube como o que Montenegro possui já se constituiu num diferencial para a atração de novos investimentos, imagine um aeroporto”, acrescentou Schmitz, que pretende promover uma apresentação do projeto na Câmara de Montenegro para que seja conhecido pelas demais lideranças e pela comunidade.
Texto de Guilherme Baptista, para o jornal Fato Novo


Nota do Editor:
Um aeroporto capaz de receber grandes aviões cargueiros precisa ter uma pista muito extensa. O que se torna difícil de fazer nas cercanias de Porto Alegre, devido ao altíssimo custo das desapropriações necessárias.
Por isso, o aeroporto em estudo deverá se destinar mais ao transporte de cargas. O que será excelente para o desenvolvimento das empresas que compõem o Cluster Agroindustrial do Vale do Caí. Situado entre Portão, Nova Santa Rita e Capela de Santana, o projetado aeroporto ficará muito próximo de cidades como Montenegro e o Caí.





domingo, 1 de maio de 2011

257 - Planejamento estratégico

Se Tupandi conseguiu, porque os outros municípios da região não podem? Basta copiar o seu modelo
Diante das duas palavras que compõem o título desta postagem, é muito natural que as pessoas pensem que terão de ler uma algarávia com palavras de sentido incompreensível e raciocínios tortuosos, cujo sentido será difícil de entender. Se é que ele tem algum sentido.
Mas não é nada disso. Planejamento estratégico é coisa simples. Pelo menos o planejamento estratégico de verdade, aquele que funciona. Vejamos dois exemplos disso, ambos atuais, um bem próximo e outro bem distante:
TUPANDI
O município era pequeno e paupérrimo. Quase insignificante. O prefeito Hilário Junges era agricultor e proprietário de um aviário. Quando assumiu o comando da prefeitura, esforçou-se para atrair indústrias. Conseguiu êxito (porque sua administração era extremamente austera e sobrava dinheiro para investir e ajudar muito as empresas que se dispusessem a ir para aquele lugar tão pobre e isolado: sem ligação por asfalto e com telefones a manivela). Mas, depois de quatro anos de governo, percebeu que aquele não era o caminho que levaria Tupandi a ser o que ele sonhava. Conhecendo o caso de municípios do oeste catarinense que estavam se dando muito bem graças à produção de frangos e suínos em regime de integração, Hilário foi até lá conhecer melhor o sistema e voltou decidido. Investiu todas as suas fixas num projeto de desenvolvimento muito simples. "Vamos incentivar os colonos a implantar aviários e pocilgas. E Hilário não pensou pequeno. Incentivou muito (coisa nunca vista antes por aqui). O resultado é que hoje o pequeno município de Tupandi conta com mais de 500 aviários e pocilgas. E a renda percapita do município subiu de 700 dólares para algo em torno de 30 mil. Provavelmente nenhum outro município no mundo teve um crescimento assim, pelo seu próprio esforço. Pode ter acontecido, talvez, em algum município no qual se descobriu petróleo ou no qual foi construída uma grande usina hidroelétrica.
CHINA
A China, que não progrediu tanto como Tupandi, mesmo assim também serve de exemplo. Quando o governo local se convenceu que o comando direto da economia pelo governo não dá certo, o país era um dos mais pobres do mundo. Para reverter a situação, além de aderir à economia de mercado, o governo estabeleceu uma estratégia muito simples. O recurso mais abundante no país era gente desempregada, vivendo miseravelmente. Situação comparável à do Japão que, depois de perder a Segunda Guerra Mundial levando na cabeça até bomba atômica, ficou com o povo empobrecido, desempregado e disposto a trabalhar por uns trocados. Seguindo a receita dos seus vizinhos japoneses, os chineses resolveram desenvolver a sua indústria, copiando a tecnologia dos países ricos e produzindo de tudo com preço muito competitivo, já que o salário que pagavam aos operários era irrisório, em comparação aos pagos nos Estados Unidos, Europa ou mesmo em relação aos salários pagos no Brasil. Foi assim que a China quase quebrou a Azaléia e milhares de outras indústrias de calçados pelo mundo afora.
Eles começaram produzindo coisas mais simples, como calçados, agora já pretendem competir no mercado mundial de automóveis.
Naturalmente, a austeridade econômica do governo, dando-lhe condições de investir pesadamente em incentivos às indústrias e implantação de infraestrutura também ajudou muito,  assim como aconteceu em Tupandi.
Esses exemplos podem ser seguidos no Vale do Caí. Basta para isso que os governos municipais sejam também austero e tenham, por isso, capacidade de investir no desenvolvimento e que sigam um plano estratégico eficaz. E simples, como geralmente são os bons planos.
O ÓBVIO
Se hoje Tupandi tem 500 aviários e pocilgas, municípios maiores, como o Caí e Montenegro, poderiam ter mais de mil cada um. E todos os outros municípios da região poderiam chegar ao número alcançado por Tupandi.
O mundo carece de alimentos. E nunca faltará demanda para a carne (de gado, de frango, de suíno ou de peixe), que é um alimento nobre. O mesmo se pode dizer dos ovos e do leite e também dos derivados destes produtos primários, como os embutidos e os queijos.
O Vale do Caí já é muito bom em produzir estes produtos. Temos comprovada competência em fazer isso. O que precisamos fazer agora é desenvolver mais o Cluster Agroindustrial de Alimentos, que já está instalado e operando bem. A Doux, para se ter uma idéia, é a maior movimentadora de containers do estado.
Para tanto, deve haver empenho de cada município em incentivar a implantação de aviários e pocilgas - seguindo o exemplo de Tupandi.
Além disto, os empresários, sindicatos, governos municipais e demais instituições organizadas deverão se unir para a concretização de vários projetos que virão fortalecer a atividade do cluster. Projetos que, na sua maioria são amplamente comentados e debatidos em outras postagens deste blog.
Todos estes projetos são importantes. Mas o mais premente é o de implantação da navegação pelo rio Caí, ligando Montenegro ao porto de Rio Grande. Um projeto de fácil implantação, se ocorrer esta união. Como se demonstra amplamente em várias postagens deste blog.