segunda-feira, 14 de março de 2011

234 - Aviário inteligente

Pesquisas do jovem Igor Seibert alcançam aprovação internacional
Estudos que vêm em benefício da sociedade como um todo merecem o devido reconhecimento, afinal, são feitos por pessoas sábias e dedicadas e que, de forma alguma, pensam apenas em si.
O estudante de Feliz, Igor Germano Seibert, é um exemplo claro de pessoa que se esforma pelo bem-comum, tendo feito um projeto interessantíssimo em seu curso de eletrônica, no Liberato (escola técnica de Novo Hamburgo). Levando em consideração o crescimento dos aviários em todo o Estado, em especial no Vale do Caí, Seibert elaborou um projeto ambientalmente correto, visando minimizar os danos causados, tornando o empreendimento também mais viável economicamente.

AVIÁRIO INTELIGENTE
O Aviário Inteligente II tem como objetivo melhorar a qualidade de vida das galinhas poedeiras, mantendo a temperatura ambiente nos aviários dentro de uma faixa de conforto térmico (entre 15ºC e 25ºC) e criando alternativas para o acúmulo dos dejetos, através de um sistema eletrônico de controle de temperatura ambiente e de um sistema hidráulico de remoção e reutilização dos dejetos.
Os dois sistemas melhoram a qualidade de vida das galinhas, a sua  produtividade e possibilitam a  produção de biogás, uma fonte de energia renovável que pode ser usada  na  geração de energia elétrica.


O projeto é direcionado aos pequenos/médios avicultores e  granjas de estrutura piramidal (onde as gaiolas estão dispostas em forma de escada),  que representam a maioria dos aviários no Brasil e no mundo, que não tem acesso à tecnologia e muitas vezes à informação que o projeto é focado. 

O trabalho, reconhecido internacionalmente,  no maior evento científico do mundo, mostra que o Brasil tem capacidade de alcançar os mesmos níveis que as grandes potências mundiais.

OS PROBLEMAS 
Os aviários atuais possuem um controle manual da temperatura, acionando ventiladores e levantando ou abaixando cortinas laterais. Um método  com pouco  controle,  sem medições. Não há comparação em relação a zona de conforto térmico das aves e a temperatura ambiente, que não  se mantém  constante. Isso gera muitos prejuízos aos avicultores, pois as aves comem mais e produzem menos quando é frio e comem menos e produzem menos quando é quente, podendo até virem a falecer em casos extremos. Tudo depende da sensibilidade do avicultor.
Outro problema é o acúmulo dos dejetos, que permanecem acumulados abaixo das  gaiolas, poluindo o meio ambiente, causando irritabilidade aos olhos das aves e do avicultor, presença de insetos, mau cheiro e aumentando a chance de transmissão de doenças como a Gripe do Frango e a Doença de Newcastle. A remoção  é feita manualmente com pás e tratores somente ao alcançarem as gaiolas. 

AS SOLUÇÕES ENCONTRADAS
No Aviário Inteligente II, o Sistema Eletrônico de Controle da Temperatura Ambiente  aciona a ventilação quando a temperatura excede os 25ºC e aciona o aquecimento quando a temperatura estiver abaixo dos 15ºC. Já o  Sistema Hidráulico de Remoção dos Dejetos, utiliza a água da chuva  armazenada no aviário para remover os dejetos. Neste processo, adiciona-se uma rampa abaixo das gaiolas, onde os  excrementos serão depositados e por meio do acionamento de uma válvula elétrica pelo avicultor, a água armazenada passa por um encanamento perfurado, em forma de jatos, fazendo a remoção dos dejetos. Os mesmos são removidos até uma calha lateral e de lá levados até um Biodigestor, para produção de Biogás (uma fonte de energia renovável) que pode ser utilizado para produção de energia elétrica, podendo tornar a granja auto-sustentável em termos de eletricidade. Após esta produção, obtém-se o Biofertilizante, um rico adubo orgânico que pode ser utilizado na lavoura sem poluir o meio ambiente. 

Neste tipo de aviário, projetando uma área  de 340m², com capacidade para 30.000 aves, o custo  de materiais seria aproximadamente 10 mil dólares. O retorno é rápido devido a geração do Biogás e do Biofertilizante, que podem ser comercializados e também devido ao aumento na produtividade de ovos. 
Seibert alega que o trabalho foi feito embasado em aviários com aves de postura, mas acredita que possa ser feito outro projeto, semelhante, para ser utilizado em aviários que servem para a criação de aves de corte. Igor se formou no Liberato em 2006 e alcançou reconhecimento internacional com o trabalho feito. Também obteve reconhecimento local, recebendo condecoração da administração municipal de Feliz, graças ao trabalho executado, tendo divulgado o nome do município internacionalmente.

Texto de Guilherme Baptista para o jornal Fato Novo

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