Débora Rubin e Geovana Pagel
Barcaças rebocadas navegam em rios pouco profundos e transportam grandes volumes de carga com custo reduzido
O potencial hidroviário para escoar as riquezas brasileiras é imenso. Dos 42 mil quilômetros de vias navegáveis no país, apenas 8.500 quilômetros são exploradas. Apesar de apontadas como alternativas de menor custo, quando o assunto é transporte para grandes volumes e grandes distâncias, as hidrovias são o sistema de menor participação no transporte de mercadorias - somente 13%.
“As hidrovias em uso no Brasil não passam de cinco (Tietê-Paraná, São Francisco, Paraná-Paraguai, Araguaia-Tocantins, Madeira). Muito pouco para um país continental como o nosso”, diz Eugênio Stefanello, analista de economia rural e professor de economia da Universidade Federal do Paraná.
O sistema hidroviário é cinco vezes mais barato do que o rodoviário e três vezes mais econômico que o ferroviário. A competitividade desse modal é explicada principalmente por sua capacidade de carga. Enquanto um caminhão transporta cerca de 35 toneladas, uma barcaça pode carregar 20 mil toneladas.
O desenvolvimento desse transporte, no entanto, esbarra em dois entraves: no impacto ambiental decorrente da implantação do sistema e no grande número de hidrelétricas que não são equipadas com eclusas - obras de transposição necessárias para superar as diferenças de nível das águas. "O problema é que quando a maioria dessas usinas foi construída, nas décadas de 70 e 80, não foi prevista a futura construção de hidrovias", diz Stefanello. Um exemplo é a própria Itaipu.
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