Veja só a carga que um empurradorzinho é capaz de levar. E num rio estreito |
"Governo discute investimento de R$ 1 bilhão na Tietê-Paraná
O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, encontrou-se na semana passada com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para discutir investimento bilionário na hidrovia Tietê-Paraná, que liga cinco estados das Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do País. O projeto consiste na ampliação e modernização do trecho paulista, com uso de R$ 623 milhões do governo federal e R$ 393 milhões do governo estadual. O investimento deve ser consumido ao longo do período que vai deste ano até 2014. Os técnicos do projeto destacam pontos da reforma: eliminação de gargalos nos 800 quilômetros contemplados, com ampliação dos vãos entre as pontes da hidrovia , e obras de melhoria nas eclusas e canais. O plano também prevê a implantação de novos terminais no percurso e a extensão da navegabilidade nos rios Tietê e Piracicaba. "O projeto é muito interessante", declarou Nascimento. "O fluxo de veículos irá melhorar porque nós vamos fazer uma verdadeira transformação na utilização desse modal no Estado de São Paulo, dando mobilidade ao transporte de carga no rio Tietê", prometeu. O ministro estava junto do secretário de Logística e Transportes de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho. O programa de melhorias na hidrovia Tietê-Paraná é administrado pelo Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo. Um dos projetos em pauta é a extensão de 200 quilômetros entre os municípios de Anhembi e Salto. Além disso, no trecho, deve ser construída uma barragem. Os investimentos previstos para a solução de gargalos são os direcionados à expansão dos vãos de quatro pontes: da SP-333 (Cafelândia, Novo Horizonte); SP-425 (Penápolis e José Bonifácio); Ferrovia Ayrosa Galvão (Pederneiras) e SP-595 (Ilha Solteira, Pereira Barreto). As ampliações devem permitir o tráfego de embarcações maiores e agilizar o tempo de viagem em até duas horas por ponte, além de diminuir em cerca de 20% o custo dos transportes. Outra obra é a substituição das pontes existentes na SP-191 - sobre os rios Tietê e Piracicaba - por pontes estaiadas. Ainda planeja-se a reforma dos canais de Conchas, Anhembi, Botucatu, Igaraçu do Tietê, Ibitinga e Promissão. Estão incluídas também melhorias na infraestrutura das eclusas de Bariri, Ibitinga, Promissão, Nova Avanhandava e Três Irmãos. As melhorias contemplam a modernização dos terminais hidroviários de Araçatuba, que permite a intermodalidade, ou seja, integração entre transporte hidroviário e terrestre, com a SP-463 (Dr. Elyeser Montenegro Magalhães), e de Rubinéia, com intermodalidade com a SP-320 (Rodovia Euclides Cunha) e a Estrada de Ferro-EF 364. Carga pesada Com 30 terminais para a carga e descarga, a hidrovia Tietê-Paraná liga cinco dos maiores estados produtores de grãos e cana de açúcar no Brasil: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Em 2010, 5,7 milhões de toneladas de produtos como milho, soja, óleo, madeira, carvão e adubo foram transportados por embarcações que utilizaram o meio aquático. "A hidrovia é importante para o Brasil. Estamos bastante entusiasmados com essa parceria com o governo federal porque iremos estimular os modais de transportes", declarou Alckmin, durante o encontro com o ministro dos Transportes, na quinta-feira passada (14). Fonte: DCI/Bruno Cirillo" Comentário do Zilton Gomes da Silva: A hidrovia tiete Paraná, no ano de 2010 transportou pouco mais que transportamos no sistema Jacui/Guaiba/Patos no mesmo período. Estão planejando investir cerca de R$ 1.000.000,00. Não é porque São Paulo é maior que será investido mais. Os paulistas acreditam mais. Por isso São Paulo é a grandeza que é. Não podemos nos mixar para uma pontezinha.!" Nota do editor: De fato, o sistema hidroviário que aproveita a Lagoa dos Patos, o delta do Guaíba e os seus cinco rios tributários (Gravataí, Sinos, Caí, Taquari e Jacuí) é muito mais viável que o Tietê-Paraná. O nosso sistema liga as regiões produtoras (tanto as de grãos como as industriais) a um grande porto: o de Rio Grande. E o seu aproveitamento é bem mais fácil do que o do sistema Tietê-Paraná. Por isso, apesar de lá se investirem fortunas e aqui praticamente nada, o sistema de lá supera em muito pouco o nosso. A pontezinha a que se refere Zilton é a ferroviária, existente sobre o rio Caí, que impede a navegação com barcos grandes no Caí. Por outro lado, como nos ensina João José Machado, os investimentos necessários para impulsionar a hidrovia do rio Caí é bem modesto. Podendo ser tocado, inclusive pela iniciativa privada, sem investimento governamental significativo. A reforma da ponte pode ficar para depois. |
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