Se Tupandi conseguiu, porque os outros municípios da região não podem? Basta copiar o seu modelo |
Diante das duas palavras que compõem o título desta postagem, é muito natural que as pessoas pensem que terão de ler uma algarávia com palavras de sentido incompreensível e raciocínios tortuosos, cujo sentido será difícil de entender. Se é que ele tem algum sentido.
Mas não é nada disso. Planejamento estratégico é coisa simples. Pelo menos o planejamento estratégico de verdade, aquele que funciona. Vejamos dois exemplos disso, ambos atuais, um bem próximo e outro bem distante:
TUPANDI
Mas não é nada disso. Planejamento estratégico é coisa simples. Pelo menos o planejamento estratégico de verdade, aquele que funciona. Vejamos dois exemplos disso, ambos atuais, um bem próximo e outro bem distante:
TUPANDI
O município era pequeno e paupérrimo. Quase insignificante. O prefeito Hilário Junges era agricultor e proprietário de um aviário. Quando assumiu o comando da prefeitura, esforçou-se para atrair indústrias. Conseguiu êxito (porque sua administração era extremamente austera e sobrava dinheiro para investir e ajudar muito as empresas que se dispusessem a ir para aquele lugar tão pobre e isolado: sem ligação por asfalto e com telefones a manivela). Mas, depois de quatro anos de governo, percebeu que aquele não era o caminho que levaria Tupandi a ser o que ele sonhava. Conhecendo o caso de municípios do oeste catarinense que estavam se dando muito bem graças à produção de frangos e suínos em regime de integração, Hilário foi até lá conhecer melhor o sistema e voltou decidido. Investiu todas as suas fixas num projeto de desenvolvimento muito simples. "Vamos incentivar os colonos a implantar aviários e pocilgas. E Hilário não pensou pequeno. Incentivou muito (coisa nunca vista antes por aqui). O resultado é que hoje o pequeno município de Tupandi conta com mais de 500 aviários e pocilgas. E a renda percapita do município subiu de 700 dólares para algo em torno de 30 mil. Provavelmente nenhum outro município no mundo teve um crescimento assim, pelo seu próprio esforço. Pode ter acontecido, talvez, em algum município no qual se descobriu petróleo ou no qual foi construída uma grande usina hidroelétrica.
CHINA
A China, que não progrediu tanto como Tupandi, mesmo assim também serve de exemplo. Quando o governo local se convenceu que o comando direto da economia pelo governo não dá certo, o país era um dos mais pobres do mundo. Para reverter a situação, além de aderir à economia de mercado, o governo estabeleceu uma estratégia muito simples. O recurso mais abundante no país era gente desempregada, vivendo miseravelmente. Situação comparável à do Japão que, depois de perder a Segunda Guerra Mundial levando na cabeça até bomba atômica, ficou com o povo empobrecido, desempregado e disposto a trabalhar por uns trocados. Seguindo a receita dos seus vizinhos japoneses, os chineses resolveram desenvolver a sua indústria, copiando a tecnologia dos países ricos e produzindo de tudo com preço muito competitivo, já que o salário que pagavam aos operários era irrisório, em comparação aos pagos nos Estados Unidos, Europa ou mesmo em relação aos salários pagos no Brasil. Foi assim que a China quase quebrou a Azaléia e milhares de outras indústrias de calçados pelo mundo afora.
Eles começaram produzindo coisas mais simples, como calçados, agora já pretendem competir no mercado mundial de automóveis.
Eles começaram produzindo coisas mais simples, como calçados, agora já pretendem competir no mercado mundial de automóveis.
Naturalmente, a austeridade econômica do governo, dando-lhe condições de investir pesadamente em incentivos às indústrias e implantação de infraestrutura também ajudou muito, assim como aconteceu em Tupandi.
Esses exemplos podem ser seguidos no Vale do Caí. Basta para isso que os governos municipais sejam também austero e tenham, por isso, capacidade de investir no desenvolvimento e que sigam um plano estratégico eficaz. E simples, como geralmente são os bons planos.
O ÓBVIO
Se hoje Tupandi tem 500 aviários e pocilgas, municípios maiores, como o Caí e Montenegro, poderiam ter mais de mil cada um. E todos os outros municípios da região poderiam chegar ao número alcançado por Tupandi.
O mundo carece de alimentos. E nunca faltará demanda para a carne (de gado, de frango, de suíno ou de peixe), que é um alimento nobre. O mesmo se pode dizer dos ovos e do leite e também dos derivados destes produtos primários, como os embutidos e os queijos.
O Vale do Caí já é muito bom em produzir estes produtos. Temos comprovada competência em fazer isso. O que precisamos fazer agora é desenvolver mais o Cluster Agroindustrial de Alimentos, que já está instalado e operando bem. A Doux, para se ter uma idéia, é a maior movimentadora de containers do estado.
Para tanto, deve haver empenho de cada município em incentivar a implantação de aviários e pocilgas - seguindo o exemplo de Tupandi.
Além disto, os empresários, sindicatos, governos municipais e demais instituições organizadas deverão se unir para a concretização de vários projetos que virão fortalecer a atividade do cluster. Projetos que, na sua maioria são amplamente comentados e debatidos em outras postagens deste blog.
Todos estes projetos são importantes. Mas o mais premente é o de implantação da navegação pelo rio Caí, ligando Montenegro ao porto de Rio Grande. Um projeto de fácil implantação, se ocorrer esta união. Como se demonstra amplamente em várias postagens deste blog.
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